Fazendo um mundo melhor.

Esse blog foi uma iniciativa surgida a partir de uma página criada há alguns meses no Facebook. Os textos e links disponíveis interagem com os posts na página "Criando Sustentabilidade".
A proposta do blog é contribuir para uma legitimação e execução de ações sustentáveis individual e coletivamente.
Tentaremos informar, educar e esclarecer alguns pontos sempre obscuros nesse tema.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O novo Código Florestal.

A sessão de votação ,das comissões de Agricultura e Ciência e Tecnologia do Senado, pertinente às mudanças do Novo Código Florestal, no Senado, ocorrerá no próximo dia 08.11, existem várias modificações, contudo precisamos ficar atentos se essas modificações serão para o bem de TODOS os brasileiros ou só para o bem daqueles de sempre.....Entenda a discussão do novo código assistindo o excelente vídeo da OCEPAR(Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná). Segundo notícia do Senado, o projeto de reforma do Código Florestal deve ser votado na Comissão do Meio Ambiente(CMA) dia 22.11 e seguir para votação em plenário. 
Se ficar curioso, veja nos links das comissões os nomes desses relatores e acompanhe as propostas. Cobre deles por e mail(lista de contatos), participe com a sua opinião a respeito do tema...O tempo para preservarmos nossos recursos naturais está se esgotando!

A CMA é composta por 29 relatores
A CRA(Comissão de Agricultura e Reforma Agrária)  é composta por 14 relatores;
A CCT (Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática) é composta por 27 relatores


segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Relatório Mundial do Trabalho - 2011

O Relatório Mundial do Trabalho apresenta, em sua edição 2011, uma interessante análise sobre a atual situação do trabalho no mundo e suas perspectivas que, se não houverem mudanças nos paradigmas econômicos, não é muito otimista. Confira no Editorial de Raymond Torres. A tradução é livre. O link do original em Inglês encontra-se no final do texto.


“Editorial
Raymond Torres Diretor Instituto Internacional de Estudos do Trabalho.
O abrandamento da economia pode implicar uma dupla queda no emprego ...

Os próximos meses serão cruciais para evitar uma queda dramática no mercado de trabalho e um agravamento significativo da agitação social. A economia mundial, que tinha começado a se recuperar da crise global, entrou numa nova fase de enfraquecimento econômico. Nas principais economias avançadas o crescimento econômico chegou a estagnar e alguns países têm re-entrado em recessão, nomeadamente na Europa.O Crescimento tem enfraquecido também em grandes países emergentes e em desenvolvimento.
Com base na experiência do passado, vai demorar cerca de seis meses para que o enfraquecimento econômico em curso impacte os mercados de trabalho. De fato, no rescaldo da crise global foi possível retardar ou atenuar as perdas de emprego, em certa medida, mas desta vez a desaceleração pode ter um impacto muito mais rápido e mais forte no emprego. Após o colapso do Lehman Brothers em 2008, muitas empresas viáveis estavam inclinadas a reter trabalhadores, ​​esperando uma desaceleração temporária da atividade. Agora, três anos depois da crise, o ambiente de negócios tornou-se mais incerto e as perspectivas econômicas continuam a deteriorar-se. A manutenção do emprego pode, portanto, ser menos difundida.
Além disso, programas governamentais de trabalho e de apoio ao rendimento, que se mostraram tão bem-sucedidos no amortecimento das perdas e apoio a práticas de manutenção do emprego em empresas no início da crise global, podem ser reduzidos, como parte do programa de medidas de austeridade fiscal adotado em um número crescente de países.
Por último, e mais fundamentalmente, enquanto em 2008-2009, houve uma tentativa de coordenar as políticas, especialmente entre os países do G20, há evidências de que os países estão agora agindo isoladamente. Isso está levando à políticas mais restritivas impulsionadas por considerações mais competitivas e as medidas de manutenção do emprego poderão ser vítimas delas.
Os indicadores mais recentes sugerem que a desaceleração do emprego já começou a se materializar (Capítulo 1). Este é o caso em quase dois terços das economias avançadas e metade das economias emergentes e em desenvolvimento para os quais existem dados disponíveis recentes. 
Enquanto isso, os jovens continuam a entrar no mercado de trabalho. Como resultado, aproximadamente 80 milhões de novos empregos serão necessários nos próximos dois anos para restaurar as taxas de emprego pré-crise (27 milhões em economias avançadas e o restante em países emergentes e em desenvolvimento). Contudo, à luz do recente abrandamento econômico, a economia mundial é suscetível de criar apenas cerca de metade dos empregos tão necessários.  E estima-se que o emprego em economias avançadas não retornará ao seus níveis pré-crise até 2016, ou seja, um ano mais tarde do que projetada no Relatório Mundial de Trabalho de 2010.
Exacerbando as desigualdades e descontentamento social...
Com o desatino na recuperação  do emprego, o descontentamento social está se tornando mais difundido, de acordo com um estudo realizado para efeitos do presente relatório (ver foco especial em agitação social no Capítulo 1). Em 40 por cento dos 119 países para os quais as estimativas poderiam ser realizadas, o risco de agitação social tem aumentado significativamente desde 2010. Da mesma forma, 58 por cento dos países mostram um aumento no percentual de pessoas que relatam a piora dos padrões de vida. E a confiança na capacidade dos governos nacionais para resolver a situação enfraqueceu em metade dos países.
O Relatório mostra que as tendências de descontentamento social estão associadas tanto com a evolução do emprego como a percepção de que o ônus da crise é partilhado de forma desigual. O descontentamento social aumentou em economias avançadas, Oriente Médio e Norte da África e, embora em muito menor grau, na Ásia. Em contrapartida, pode ter estabilizado na África Sub-saariana, e diminuído na América Latina.
... e atrasando ainda mais a recuperação econômica.
O agravamento social de perspectivas emprego, por sua vez, está afetando crescimento econômico. Nas economias avançadas, o consumo das famílias - um motor fundamental do crescimento- É subjugado com trabalhadores tornando-se mais pessimistas sobre o seu emprego e perspectivas de salário.  Indicadores para os Estados Unidos e vários países europeus sugerem que os trabalhadores esperam estagnação ou mesmo queda dos salários. A perspectiva de demanda incerta, combinada com fraquezas continuadas no sistema financeiro de economias avançadas, retraem o investimento em todos os países, incluindo países emergentes e em economias em desenvolvimento que  assentam o crescimento e a criação de emprego nas exportações.  Em suma, há um ciclo vicioso de uma economia mais fraca que afeta o trabalho e a sociedade, que por sua vez, retrae a economia, o investimento real e o consumo e assim por diante.  Este círculo vicioso deve ser quebrado por fazer funcionar os mercados de trabalho-não há outra maneira. 
Tendências recentes refletem o fato de que não tem sido dada devida atenção ao emprego como um fator-chave de recuperação. Países têm cada vez mais se focado em acalmar os mercados financeiros.
 Em particular, nas economias avançadas, o debate é muitas vezes centrado na austeridade fiscal e como ajudar os bancos, sem necessariamente se reformar as práticas bancárias que levaram à crise, ou fornecer uma visão de como a economia real vai recuperar.  Em alguns casos, este tem sido acompanhado de medidas que são percebidas como uma ameaça à proteção social e aos direitos dos trabalhadores.  Isso não vai aumentar o crescimento do emprego.
Enquanto isso, a regulamentação do sistema financeiro - o epicentro da crise mundial - continua a ser inadequada. Nas economias avançadas, o setor financeiro não desempenha o seu papel normal como intermediário de fornecimento de crédito à economia real. E economias emergentes foram afetadas pela entrada massiva de capitais voláteis (Capítulo 2). Na prática, isso significa que o emprego é considerado de segunda ordem em relação aos objetivos financeiros.  Surpreendentemente, a maioria dos países tem agora planos de consolidação fiscal, apenas uma grande economia avançada - Estados Unidos - anunciou um plano nacional de postos de trabalho.
 Em outra parte, política de emprego é, muitas vezes, examinada com uma lente fiscal. É urgente mudar de rumo. A janela de oportunidade para alavancar a criação de emprego e geração de renda está se fechando, como a exclusão do mercado de trabalho está começando a tornar a crescente expectativa em descontentamento social. “