Fazendo um mundo melhor.

Esse blog foi uma iniciativa surgida a partir de uma página criada há alguns meses no Facebook. Os textos e links disponíveis interagem com os posts na página "Criando Sustentabilidade".
A proposta do blog é contribuir para uma legitimação e execução de ações sustentáveis individual e coletivamente.
Tentaremos informar, educar e esclarecer alguns pontos sempre obscuros nesse tema.

terça-feira, 11 de março de 2014

"Quo vadis,domini?" - A complexa ignorância social brasileira


O que rodou  no meu feed de notícias essa semana me fez parar pra refletir de novo sobre alguns pontos que acho importantes sobre tudo que venho constatando nos últimos tempos, dois posts me chamaram atenção pela paradoxal mas relativa radicalização da nescidade atilada de algumas pessoas. Sagazes representações da complexidade da atual ignorância social que permeia nossa promissora e futurística sociedade. 





As contradições de uma sociedade onde a principal ambição da pequena burguesia é ter título de nobreza......depois me chamam de comunista quando cito a "coisificação" da condição humana aqui no Brasil.Pena que filmes como "Quanto Vale? É por quilo?" não passam na hora da novela.....A extinção do debate e da reflexão sobre os rumos de nossa sociedade se resume na ignorância e no radicalismo caricato que vemos nesse tipo de discurso tão difundido nas redes sociais. 
A complexidade de nossa condição, enquanto seres sociais, não pode ser representada linearmente e nem de modo maniqueísta em ícones como estes. 
Existem abusos institucionalizados historicamente em nossa trajetória nacional que contribuíram e contribuem para esse abismo social que cultivamos silenciosa e sigilosamente no profunda leveza das entranhas de nossos significantes de ser humano.  
Somos todos cúmplices, independente de classe ou casta social. 
Bolsa família como esmola de compensação e a exploração de alguns nichos, tradicionalmente não mercadológicos, sob a égide de "Programa Social" atendendo aos interesses dos herméticos e elitistas grupos de sempre, também não são a resposta. 
O ponto, enfim, não são os Rigobertos nem aqueles que adorariam estar na "pele" dele  e por isso o arquétipo (porque a alienação também é algo invejável algumas vezes, lucidez social impotente também cansa e sai de rolezinho pro shopping ao ritmo do funk) é a disposição de todos nós em construirmos uma governança legítima, justa, complicada, sofrida, pensada, articulada, discutida e extenuante não para nós que aqui estamos mas para aqueles que ainda virão e viverão de nossos despojos e bens depois que a festa acabar.  
 No fim, admitamos, nenhum de nós está muito preocupado com o futuro da sociedade brasileira. Mesmo que ela se traduza em nossos descendentes diretos.
 Incorporamos o refrão "Brasil, o país do futuro" da forma mais conveniente a cada clã familiar existente hoje. Sob o prisma sociológico não queremos mais pescar, nem queremos exatamente só o peixe. Sem prazer não tem graça e se não tem graça não brincamos mais.
O hedonismo é nossa ética norteante dos rumos e caminhos em que estamos e para onde desejamos ir. Já nos adaptamos conformada e confortavelmente à bonança e à prosperidade. 
Admitamos: não sabemos o exato significado de complexidade social porque nos tornamos racionalmente indolentes no atuar e no pensar políticas mais equânimes de convivência e sobrevivência. Sacrifícios e noites sem dormir apenas se tiver o tom de "balada" nas asas do Redbull
 Há uma crise fora do quadrado de cada um que não interessa à nenhum de nós realmente. Algum tempo atrás, vi a foto de Karl Max postada aqui. Será que era uma piada mesmo? Fica a dica. 
Pensemos, sem prazer, com objetividade e temperança. Sacrifiquemos nossa atual alienação não pelo radicalismo arcaico e disfuncional baseado na ilusória segurança do acúmulo de bens pessoais, mas pela reconvalescença de nossa sociedade. Talvez assim o prazer se torne virtuoso e nos traga a garantia de nossa preponderância, não apenas como sociedade, como espécie humana sobre esse planeta que continuará existindo com ou sem a gente mais alguns bilhões de anos. Falei.