O estudo elaborado pela Royal Society tem seu mérito quando aborda as questões que hoje fazem parte da discussão global sobre os rumos da nossa nave-mãe. Até aí nenhuma novidade sobre o assunto, um olhar mais atento no estudo provoca até aquela sensação: "Tudo do mesmo outra vez"
Contudo, é interessante notar que alguns ativistas criticam esse esforço de pensamento inteligente por uma organização que remonta 352 anos e foi responsável pelos avanços sociais e econômicos que nos levaram a esse "caos apocalíptico capitalista em que vivemos hoje"(como alardem os mais radicais).
Considero um avanço, em parte, que uma instituição tão conservadora e ícone do capitalismo e da industrialização desmedida, consiga enxergar melhor e além da sagrada maximização do lucro e da coisificação humana. Já é um começo, e doa a quem doer a ausência e a negligência na elaboração de políticas sociais de longo prazo é uma das grandes vilãs da história. Quer dizer que já reconhecem que até "a batata" deles vai "assar" democraticamente. Esse é o ponto. Começa a se realizar o sonho de Immanuel Kant: a ciência começa a ser mais "sensível", ao que me parece.
Numa leitura mais atenta nos dados coletados e nas análises apresentadas claro que se nota uma preocupação com o controle populacional nos países mais pobres. Fica óbvia a necessidade de medidas e políticas mais conscienciosas em relação a isso.
Ao contrário do que possa parecer para nós aqui abaixo da linha do equador, não significa que se quer promover a esterilização em massa. Significa que precisamos educar as populações respeitando as individualidades, as gens, as fátrias, as tribos e a família monogâmica. Significa, como bem disse meu Mestre Ladislau Dowbor: "deixarmos de nos comportar perante o planeta como passageiros e começarmos a agir como tripulantes" . Significa o que o relatório da Royal Society recomenda em nove itens: (numa tradução tosca e livre, sorry)
"1-A comunidade internacional deve trazer os 1,3 bilhão de pessoas que vivem com menos de US $ 1,25 por dia para sair da pobreza absoluta, e reduzir a desigualdade que persiste no mundo de hoje. Isso exigirá esforços concentrados em áreas políticas fundamentais, incluindo o desenvolvimento econômico, educação, planejamento familiar e saúde .
2-Os mais desenvolvidos e as economias emergentes devem estabilizar e reduzir os níveis de consumo de material por meio de: melhorias na eficiência do uso de recursos, incluindo: a redução de resíduos; investimento em recursos sustentáveis, tecnologias e infra-estruturas, e sistematicamente dissociar a actividade económica de impacto ambiental.
3- Saúde reprodutiva e programas de planejamento familiar voluntário necessitam urgentemente de uma liderança política e compromisso financeiro, tanto nacional como internacionalmente. Isto é necessário para continuar a trajetória de queda da taxa de fecundidade , especialmente em países onde a necessidade insatisfeita por métodos anticoncepcionais é alta.
4- A questão População e ambiente não deve ser considerada como duas questões distintas. As mudanças demográficas e as influências sobre eles, devem ser incluídos em debate econômico e ambiental e planejamento em reuniões internacionais , como a Rio +20 Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável e reuniões subseqüentes.
5- Os governos devem perceber o potencial de urbanização para reduzir o consumo de materiais e impacto ambiental através de medidas de eficiência . O bem planejado fornecimento de água, eliminação de resíduos, energia e outros serviços vão evitar as condições de favelas e aumentar o bem-estar dos habitantes.
6- A fim de cumprir as metas previamente acordadas para universalização da educação , decisores políticos em países com baixa frequência escolar precisa trabalhar com financiadores internacionais e organizações, tais como UNESCO, UNFPA, UNICEF, FMI, Banco Mundial e Educação para Todos . Barreiras financeiras e não financeiras devem ser superadas para conseguir alta qualidade ensino primário e secundário para todos do mundo jovem, assegurando a igualdade de oportunidades para meninas e meninos.
7- Os cientistas naturais e sociais precisam aumentar seus esforços de pesquisa sobre a interação entre o consumo, as mudanças demográficas e impacto ambiental. Eles têm um papel único e vital no desenvolvimento de um quadro mais completo dos problemas, as incertezas encontradas em todas essas análises, a eficácia de possíveis soluções, e proporcionando uma fonte aberta, confiável de informação para os decisores políticos e ao público.
8- Os governos nacionais devem acelerar o desenvolvimento de medidas abrangentes de riqueza . Isto deve incluir reformas do sistema de contas nacionais, e melhoria na contabilidade de ativos naturais.
9- A colaboração entre os governos nacionais é necessário para desenvolver sistemas sócio-econômicos e instituições que não são dependentes do crescimento contínuo de material de consumo. Isto irá informar o desenvolvimento e implementação de políticas que permitem que as pessoas e o planeta floresçam."
Significa pararmos com aquele discurso medíocre(no mau sentido)de pobre de espírito com recursos financeiros limitados: "chegou a minha vez de imitar e levar a vida de rico que sempre sonhei" como pontuou muito bem Steven Levitt em seu livro Freakonomics. Significa sim que chegou a nossa vez de participar e sermos incluídos na construção da evolução de uma sociedade mais inteligente e mais sensível ao planeta no qual vive e do qual depende para continuar vivendo.
Confira o estudo completo em inglês clicando no link:
2-Os mais desenvolvidos e as economias emergentes devem estabilizar e reduzir os níveis de consumo de material por meio de: melhorias na eficiência do uso de recursos, incluindo: a redução de resíduos; investimento em recursos sustentáveis, tecnologias e infra-estruturas, e sistematicamente dissociar a actividade económica de impacto ambiental.
3- Saúde reprodutiva e programas de planejamento familiar voluntário necessitam urgentemente de uma liderança política e compromisso financeiro, tanto nacional como internacionalmente. Isto é necessário para continuar a trajetória de queda da taxa de fecundidade , especialmente em países onde a necessidade insatisfeita por métodos anticoncepcionais é alta.
4- A questão População e ambiente não deve ser considerada como duas questões distintas. As mudanças demográficas e as influências sobre eles, devem ser incluídos em debate econômico e ambiental e planejamento em reuniões internacionais , como a Rio +20 Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável e reuniões subseqüentes.
5- Os governos devem perceber o potencial de urbanização para reduzir o consumo de materiais e impacto ambiental através de medidas de eficiência . O bem planejado fornecimento de água, eliminação de resíduos, energia e outros serviços vão evitar as condições de favelas e aumentar o bem-estar dos habitantes.
6- A fim de cumprir as metas previamente acordadas para universalização da educação , decisores políticos em países com baixa frequência escolar precisa trabalhar com financiadores internacionais e organizações, tais como UNESCO, UNFPA, UNICEF, FMI, Banco Mundial e Educação para Todos . Barreiras financeiras e não financeiras devem ser superadas para conseguir alta qualidade ensino primário e secundário para todos do mundo jovem, assegurando a igualdade de oportunidades para meninas e meninos.
7- Os cientistas naturais e sociais precisam aumentar seus esforços de pesquisa sobre a interação entre o consumo, as mudanças demográficas e impacto ambiental. Eles têm um papel único e vital no desenvolvimento de um quadro mais completo dos problemas, as incertezas encontradas em todas essas análises, a eficácia de possíveis soluções, e proporcionando uma fonte aberta, confiável de informação para os decisores políticos e ao público.
8- Os governos nacionais devem acelerar o desenvolvimento de medidas abrangentes de riqueza . Isto deve incluir reformas do sistema de contas nacionais, e melhoria na contabilidade de ativos naturais.
9- A colaboração entre os governos nacionais é necessário para desenvolver sistemas sócio-econômicos e instituições que não são dependentes do crescimento contínuo de material de consumo. Isto irá informar o desenvolvimento e implementação de políticas que permitem que as pessoas e o planeta floresçam."
Significa pararmos com aquele discurso medíocre(no mau sentido)de pobre de espírito com recursos financeiros limitados: "chegou a minha vez de imitar e levar a vida de rico que sempre sonhei" como pontuou muito bem Steven Levitt em seu livro Freakonomics. Significa sim que chegou a nossa vez de participar e sermos incluídos na construção da evolução de uma sociedade mais inteligente e mais sensível ao planeta no qual vive e do qual depende para continuar vivendo.
Confira o estudo completo em inglês clicando no link: