Fazendo um mundo melhor.

Esse blog foi uma iniciativa surgida a partir de uma página criada há alguns meses no Facebook. Os textos e links disponíveis interagem com os posts na página "Criando Sustentabilidade".
A proposta do blog é contribuir para uma legitimação e execução de ações sustentáveis individual e coletivamente.
Tentaremos informar, educar e esclarecer alguns pontos sempre obscuros nesse tema.

domingo, 6 de maio de 2012

O Estudo "Planet and People" da Royal Society.


Working Group member Dr Eliya Zulu, Executive Director, African Institute for Development Policy and President, Union for African Population Studies
Working Group chair Sir John Sulston FRS, Chair of the Institute for Science, Ethics & Innovation, University of Manchester.
O estudo elaborado pela Royal Society tem seu mérito quando aborda as questões que hoje fazem parte da discussão global sobre os rumos da nossa nave-mãe.  Até aí nenhuma novidade sobre o assunto, um olhar mais atento no estudo provoca até aquela sensação: "Tudo do mesmo outra vez"
Contudo, é interessante notar que alguns ativistas criticam esse esforço de pensamento inteligente por uma organização que remonta 352 anos e foi responsável pelos avanços sociais e econômicos que nos levaram a esse "caos apocalíptico capitalista em que vivemos hoje"(como alardem os mais radicais). 
Considero um avanço, em parte,  que uma instituição tão conservadora e ícone do capitalismo e da industrialização desmedida, consiga enxergar melhor e além da sagrada maximização do lucro e da coisificação humana. Já é um começo, e doa a quem doer a ausência e a negligência na elaboração de políticas sociais de longo prazo é uma das grandes vilãs da história. Quer dizer que já reconhecem que até "a batata" deles vai "assar" democraticamente. Esse é o ponto.   Começa a se realizar o sonho de Immanuel Kant: a ciência começa a ser mais "sensível", ao que me parece.
Numa leitura mais atenta nos dados coletados e nas análises apresentadas claro que se nota uma preocupação com o controle populacional nos países mais pobres. Fica óbvia a necessidade de medidas e políticas mais conscienciosas em relação a isso.
Ao contrário do que possa parecer para nós aqui abaixo da linha do equador, não significa que se quer promover a esterilização em massa. Significa que precisamos educar as populações respeitando as individualidades, as gens, as fátrias, as tribos e a família monogâmica. Significa, como bem disse meu Mestre Ladislau Dowbor: "deixarmos de nos comportar perante o planeta como passageiros e começarmos a agir como tripulantes" . Significa o que o relatório da Royal Society recomenda em nove itens:  (numa tradução tosca e livre, sorry)
"1-A comunidade internacional deve trazer os 1,3 bilhão de pessoas que vivem com menos de US $ 1,25 por dia para sair da pobreza absoluta, e reduzir a desigualdade que persiste no mundo de hoje. Isso exigirá esforços concentrados em áreas políticas fundamentais, incluindo o desenvolvimento econômico,  educação, planejamento familiar e saúde .
2-Os mais desenvolvidos e as economias emergentes devem  estabilizar e reduzir os níveis de consumo de material  por meio de: melhorias na eficiência do uso de recursos, incluindo: a redução de resíduos; investimento em recursos sustentáveis, tecnologias e infra-estruturas, e sistematicamente dissociar a actividade económica de impacto ambiental.
3- Saúde reprodutiva e programas de planejamento familiar voluntário  necessitam urgentemente de uma liderança política e compromisso financeiro, tanto nacional como internacionalmente. Isto é necessário para continuar a trajetória de queda da taxa de fecundidade , especialmente em países onde a necessidade insatisfeita por métodos anticoncepcionais é alta.
4- A questão População e  ambiente não deve ser considerada como duas questões distintas. As mudanças demográficas e as influências sobre eles, devem ser incluídos em debate econômico e ambiental e planejamento em reuniões internacionais , como a Rio +20 Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável e reuniões subseqüentes.
5- Os governos devem perceber  o potencial de urbanização para reduzir o consumo de materiais e impacto ambiental através de medidas de eficiência . O  bem planejado  fornecimento de água, eliminação de resíduos, energia e outros serviços vão evitar as condições de favelas e aumentar o bem-estar dos habitantes.
6- A fim de cumprir as metas previamente acordadas para  universalização da educação , decisores políticos em países com baixa frequência escolar precisa trabalhar com financiadores internacionais e organizações, tais como  UNESCO, UNFPA, UNICEF, FMI, Banco Mundial e Educação para Todos . Barreiras financeiras e não financeiras devem ser superadas para conseguir alta qualidade ensino primário e secundário para todos do mundo jovem, assegurando a igualdade de oportunidades para meninas e meninos.
7- Os cientistas naturais e sociais precisam aumentar seus esforços de pesquisa sobre a interação entre o consumo, as mudanças demográficas e impacto ambiental. Eles têm um papel único e vital no desenvolvimento de um quadro mais completo dos problemas, as incertezas encontradas em todas essas análises, a eficácia de possíveis soluções, e proporcionando uma fonte aberta, confiável de informação para os decisores políticos e ao público.
8- Os governos nacionais devem  acelerar o desenvolvimento de medidas abrangentes de riqueza . Isto deve incluir reformas do sistema de contas nacionais, e melhoria na contabilidade de ativos naturais.
9- A colaboração entre os governos nacionais é necessário para desenvolver sistemas sócio-econômicos e instituições que não são dependentes do crescimento contínuo de material de consumo. Isto irá informar o desenvolvimento e implementação de políticas que permitem que as pessoas e o planeta floresçam."
Significa pararmos com aquele discurso medíocre(no mau sentido)de pobre de espírito com recursos financeiros limitados: "chegou a minha vez de imitar e levar a vida de rico que sempre sonhei" como pontuou muito bem Steven Levitt em seu livro Freakonomics. Significa sim que chegou a nossa vez de participar e sermos incluídos na construção da evolução de uma sociedade mais inteligente e mais sensível ao planeta no qual vive e do qual depende para continuar vivendo. 
Confira o estudo completo em inglês clicando no link:
RoyalSociety

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