Fazendo um mundo melhor.

Esse blog foi uma iniciativa surgida a partir de uma página criada há alguns meses no Facebook. Os textos e links disponíveis interagem com os posts na página "Criando Sustentabilidade".
A proposta do blog é contribuir para uma legitimação e execução de ações sustentáveis individual e coletivamente.
Tentaremos informar, educar e esclarecer alguns pontos sempre obscuros nesse tema.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Quantos escravos precisam trabalhar para você ser feliz?

Mais uma cop termina (COP17) e entre discussões e conflitos de interesses, o protocolo de Kyoto foi prorrogado e o Fundo Verde consolidado. Acompanhando as discussões, o ser humano comum ficou com a impressão de que na verdade, como diz o ditado:”De boas intenções o inferno está cheio”. Farpas à parte, aqui na terra dos mortais, hoje o barril do petróleo chega à U$99,00 e ainda vaza no litoral Nigeriano, Brasileiro e pelo mundo à fora. O Canadá se retirou do Protocolo de Kyoto, prevendo o pagamento de milhões em multas, uma vez que até agora não conseguiu reduzir suas emissões de carbono, enquanto a China e os Estados Unidos continuam no jogo de empurra-empurra(Só faço se ele fizer...). No fim o que nos resta? Cuidar para que em nossa vida diária sejamos um pouco mais coerentes na satisfação de nossas necessidades básicas a fim de não prejudicarmos ainda mais o planeta. Essa coerência pode ser atingida quando nossa consciência consegue discernir entre desejo e necessidade. Esse discernimento advém da possibilidade de acesso a informações sobre as origens de todas as matérias-primas, do modo de produção, comercialização e descarte de tudo que consumimos em nosso dia-a-dia. Acessando essas informações teremos os dados necessários para refletir e escolher nossos produtos sabendo exatamente o impacto que nossa vida tem sobre o planeta socialmente, ambientalmente e economicamente. A moda agora são as “pegadas”. A mais recente é a Pegada da Escravidão (Slavery Footprint). Uma interessante pesquisa interativa circula pela web. O objetivo é conscientizar-nos sobre quantos escravos são necessários pelo mundo afora para manter nosso estilo de vida, nosso cotidiano. Faça o teste e pasme!!!! Clique aqui:Slavery Footprint

sábado, 26 de novembro de 2011

A mensagem circulando por email.

Não sei quem é o autor dessa mensagem porque circula entre meus alunos e já caiu na minha caixa algumas vezes. Achei muito interessante porque nos dá um quadro muito preciso de nossos dilemas ambientais. Um desabafo das gerações mais antigas para as novas gerações.
"Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa:
- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis com o ambiente.
A senhora pediu desculpas e disse:
- Não havia essa onda verde no meu tempo.
O empregado respondeu:
- Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso ambiente.
- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se preocupou adequadamente com o ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja.A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.
Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos, porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plastico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.
Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.
Então, não é risível que a atual geração fale tanto em "meio ambiente", mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?"

E aí? do que será que podemos e iremos abrir mão? Bom fim de semana!!!

domingo, 20 de novembro de 2011

Sustentabilidade com Economia de Baixo Carbono, cantando a Balada do Louco.

 “Os padrões de consumo atuais, tão concentrados em produtos alimentares de má qualidade, num padrão de mobilidade urbana insustentável e em formas de moradia apoiadas em imenso desperdício, devem ser discutidos e modificados”. Ricardo Abramovay em entrevista de 22.11.2010.
O que algumas pessoas pensam hoje é que o termo “Economia de Baixo Carbono” veio para substituir o conceito de Sustentabilidade. Não é verdade. O conceito de Economia de Baixo Carbono é uma economia que fundamenta a obtenção dos insumos, necessários para o pleno funcionamento dos ciclos produtivos, em energias alternativas, não baseadas ou parcialmente baseadas em energia fóssil, como petróleo e carvão, diminuindo assim a emissão de gases de efeito estufa e garantindo a prosperidade e o desenvolvimento. Como sempre.  Aí é que está a questão “de um milhão de dólares”: Garantindo a prosperidade e o desenvolvimento de quem, especificamente? Dos mesmos?
Sustentabilidade é a manutenção desse ciclo produtivo sem desperdício de insumos, mão-de-obra e recursos financeiros, garantindo assim um desenvolvimento econômico, que baseado no uso adequado e equilibrado dos recursos ambientais, humanos e financeiros, possa garantir a plena existência das gerações futuras. Ou seja, pra continuarmos existindo enquanto espécie. Além da expansão das liberdades individuais, do culto e respeito aos direitos humanos, a erradicação da pobreza, a melhora na qualidade de vida, etc.
Sustentabilidade vai além, muito além das relações mercantis. Invade e propõe mudanças nas relações sociais, principalmente, na cultura e na nova religião humana: o culto do ganho financeiro. Religião essa que, hoje, é pregada nos púlpitos dos canais de comunicação e remodela nossos sonhos de maneira escravizante e devota.  Sempre foi assim, concordo.
Nenhuma proposta civilizatória de sucesso desdenhou a prosperidade que o dinheiro pode oferecer. É nossa história. Contudo, nossa evolução enquanto sociedade também está vinculada ao senso de utilidade. Então, como o dinheiro vai ajudar-nos a respirar, comer e beber água quando os recursos forem totalmente esgotados? Talvez comamos e bebamos dinheiro...dará para respirá-lo?
Em curto e médio prazo e provavelmente em longo prazo não poderemos “migrar” para outro planeta e nem trocar o nosso por um modelo mais novo. Alguns parecem não reconhecer que o ‘fabricante’ de planetas demora 4,5 bilhões de anos para fazer esse modelo utilitário de “planetinha”, para girar em torno de uma estrela mixuruca de quinta grandeza.  Por acaso onde nós, humanos, vivemos. Há de convir que é muito tempo para a entregar o produto em condições de uso...
Precisamos parar de discutir e começarmos a viver novos valores, mais “úteis” para nossa sobrevivência. Sustentabilidade, nesse sentido, não é nada mais do que inteligência a serviço do interesse de seres inteligentes. Viver do modo antigo ou viver como se essa ameaça de inópia não existisse é pura burrice ou insanidade.   
Falando em insanidade, assisti essa semana, no History Channel, um programa chamado: “Ícones do Mau Comportamento”, onde figuras históricas referenciadas pelos gestores e governantes modernos foram taxadas de maníacos, paranóicos, psicóticos, insanos. Nero, Calígula, Gensis Khan, César, Aníbal, Chin Shi Huang Di (primeiro imperador da China). Todos esses personagens e mais uma centena deles ao longo da história, são referenciados pelas conquistas e pela ‘prosperidade’ que proporcionaram às suas sociedades.  Perfeito, todavia são classificados como pessoas extraordinárias porque sofriam de algum desequilíbrio mental, portanto, capazes das maiores atrocidades em nome do progresso de seus povos. As justificativas são desde traumas infantis, uso de drogas, contaminação por mercúrio e chumbo até defeitos de nascença. 
Como se abrissem a porta do hospício e colocassem os pacientes mais graves em cargos de grande poder sobre a vida e a morte da humanidade, sobre nossas vidas. Tem dia que eu penso que essa é a grande Teoria da Conspiração que os lunáticos ainda não perceberam.... será?
Discutimos fervorosamente novas formas de vida no mínimo há uns trinta anos, as mudanças são pontuais, mas para cada mudança planejada há uma resistência e uma reação para que as coisas permaneçam como estão. Insanas.
Exemplo disso é a repressão dos movimentos sociais para a reformulação das políticas governamentais. Vendo e lendo sobre o que anda acontecendo nas praças ocupadas em cidades dos países desenvolvidos e não desenvolvidos, e ainda, os discursos promovidos pela mídia, me lembro dos eventos históricos que marcaram a alavancada desenvolvimentalista no fim do século XIX e em todo o século XX.  Polícia na rua, gente ferida, ânimos exaltados, muita discussão, falta de notícias ou a distorção delas para promover o lado dominante, gente desaparecida, morta...e como esses protestos ajudaram a mudar o mundo ou as dinâmicas de dominação e submissão sociais? A história se repete.
 Não ajudaram porque as portas do hospício sempre são abertas e os futuros líderes mundiais parecem ser escolhidos a dedo. Tem que ter no currículo qualidades de sanguinário e louco varrido. "Gente normal não sobrevive à pressão e à luxúria do poder" diz a crença popular. Tem que vestir o tailleur branco amarradinho nas costas...pelo menos uma vez,  para dominar o mundo! Brincadeira...com nuance de verdade.   
Atualmente, Gente normal protesta, vira mártir, apanha na rua, apanha na praça, até no campus. Na contramão, Gente normal morre de medo, finge que não existe o problema, se esconde em casa ou vive no delírio de que se comportar-se direitinho sobrevive, rotula os pares como anarquistas ou maconheiros ou ainda desocupados ou mais, rebeldes sem causa. Gente normal vive no mundinho particular tendo como o maior sonho de grandeza o turismo internacional em lugares que passaram na novela das oito. Gente normal não se mete em política (porque isso é para ladrão e pessoas de baixa reputação) e inveja o vizinho. Gente normal delira em segurança enquanto os ícones do mau comportamento moderno regem insanamente o mundo e ditam as regras do que é ser normal.  Tem uma nítida divergência entre gente normal e isso é sinal de que já passou o tempo da discussão. Os loucos estão mais unidos que nunca e se defendendo com requintes de crueldade. O que fazer então?
Temos que assumir que o tempo de mudança já chegou.  Sustentabilidade com Economia de Baixo Carbono. Será que os loucos vão deixar?Serão inteligentes a esse ponto?
Agora, será que existe vida inteligente entre gente normal? Será que gente normal é um ser inteligente?  Essa é a pergunta cuja resposta ainda se constrói diariamente, entre tapas, cassetetes, bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral, consumo desregrado, abusos e cultos financeiros, shows de rock e propaganda enganosa, estatísticas ruins e desatualizadas. As estratégias dos loucos, pouco criativas mas eficazes desde que o mundo é mundo. Só que dessa vez está difícil de produzir resultados apesar a exímia eficiência  dos métodos milenares de alienação de Gente normal.  
Ou seja, uma incógnita, portanto, ainda paira nos rumos que tomaremos enquanto humanidade. Tanto Loucos como Gente Normal. Porque dessa vez podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que estamos no mesmo barco: o Planeta Terra. Nesse meio tempo nada melhor que cantar...Sugestão: a Balada do Louco. O Ney Matogrosso canta como ninguém!!!! 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Casos de “boas práticas” da gestão de resíduos após o Tsunami no Japão

Quando se fala em sustentabilidade, se discute não uma mudança radical mas sim um equilíbrio entre os aspectos sociais, econômicos e ambientais. Hoje fala-se em "Economia de baixo carbono" como se esse conceito substituísse o conceito de sustentabilidade.   Não é assim, mesmo que modifiquemos as fontes de nossas bases energéticas sem "um ajuste" uma "calibragem" em nosso modo de pensar e viver em sociedade e de interação com o meio ambiente, continuaremos com os mesmos problemas. O exemplo do Japão, após o Tsunami, nos mostra que em nossas práticas diárias um pouco de criatividade pode nos 'calibrar' e ainda otimizar nossos ganhos, diminuir nossos custos além de nos proporcionar uma chance mais legítima para reconstruirmos nossas dinâmicas sociais em bases mais maduras. 
Após o Tsunami, o governo japonês começou a atuar para reconstruir as áreas afetadas, os governos locais dessas áreas tem um papel primordial nesses esforços. O governo optou por divulgar as 'boas práticas' com o intuito de replicá-las entre os governos locais envolvidos e torná-las padrão. A transcrição dessa divulgação prova a capacidade humana de adaptação e de gestão eficiente mesmo após um desastre.   
        

03 de junho de 2011 

Divisão de Gestão de Resíduos, 
Ministério do Meio Ambiente do Japão

O grande desastre, terremoto e Tsunami em 11 março de 2011, deixou inúmeros resíduos, tais como detritos e escombros das casas destruídas, prédios e outras estruturas de concreto e ainda descartou carros e navios. As políticas de gestão de resíduos para lidar com esse desastre de desperdício são principalmente organizadas por câmaras municipais, autoridades da prefeitura e Ministério do Meio Ambiente no Japão. A quantidade total dos resíduos desse desastre é estimada em 25 milhões de toneladas. Dado que a presença dos resíduos poderiam ser obstáculos para a reconstrução, a remoção rápida e eliminação dos resíduos são indispensáveis.
Os atores administrativos e principais responsáveis pela gestão de resíduos são as autoridades locais, na sua corrente gestão alguns dispositivos e métodos excelentes podem ser vistos. As seguintes "Boas Práticas" são alguns desses dispositivos, que são incentivados pelo governo do Japão para que outras autoridades locais possam utilizá-las como referência ou para imitação.
Caso 1: Separar os resíduos do desastre
(1) Problema
Os resíduos de desastre em quase todos os casos é uma mistura caótica de vários tipos de detritos e escombros, incluindo concreto, madeira, metal, plástico, areia e lodo. Uma vez que é difícil de preparar um local para a eliminação de resíduos com espaço suficiente para este volume extraordinariamente grande, é de importância vital a utilização ou reciclo dos resíduos, o que só pode ser alcançada com base em intensos esforços de separar os resíduos.
(2) Política de abordagem
Para as primeiras duas semanas depois do tsunami, a maioria dos funcionários dos governos costeiros locais insistem, em face da massa gigantesca de resíduos, que a separação é impossível e começaram a removê-lo completamente sem separação. Alguns dos governos locais, no entanto, têm tentado realizar a separação intensiva em espaços especificados para a seleção desses resíduos, e provaram que a separação, apesar de demorar mais tempo inicialmente, faz com que a disposição consideravelmente eficiente de tempo como um todo pode ser muito mais curto .
Entre esses governos, são as cidades de Sendai e Oarai que estão tomando medidas avançadas. Nos locais especificados para resíduos nessas cidades, os resíduos são separados principalmente em metal, eletrodomésticos, pneus, resíduos de concreto, madeira, e de mercadorias perigosas, como extintores de incêndio e cilindros de gás comprimido. A separação irá acelerar a retirada dos resíduos dos quintais, pois cada pilha de material puro pode ser recurso com valor econômico que pode ser vendido em todo o país. Além disso, os produtos produzidos por este material reciclado podem ser fornecidos para a reconstrução das áreas devastadas.
Esse caso avançado foi introduzido como um modelo para os outros governos locais prejudicados pelo desastre e a separação foi incentivada não apenas por consciência ambiental, mas também para a aceleração da eliminação dos resíduos e para os esforços de reconstrução. Agora a maioria dos governos locais costeiros compartilha dessa conclusão: a separação é realizada de forma intensiva, na maioria das áreas.

Caso de Sendai



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Refúgos grandes
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Metal


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Eletrodomésticos
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Concreto


  




Caso 2: Usando bandeiras para esclarecer a vontade do proprietário do imóvel


(1) Problema
O governo nacional criou uma diretriz para gerir os resíduos de desastres, o que indica que quando uma autoridade local tenta desmantelar ou remover casas danificadas ou estruturas é necessário ter em conta do desejo do proprietário, se o proprietário quer remover os resíduos de sua propriedade ou não.
O custo deste esforço, no entanto é considerável, uma vez que a identificação do proprietário em si requer uma grande quantidade de tempo e de recursos humanos. Um método eficaz de identificar o desejo dos proprietários é necessário para uma administração eficiente.

(2) Política de abordagem

A Prefeitura da cidade Watari, em Miyagi, estabeleceu uma regra que os proprietários de imóveis expressem sua vontade, a favor ou contra a remoção de resíduos, colocando bandeiras. As vermelhas mostram a sua vontade de que as casas danificadas ou edifícios sejam removidos juntamente com outros detritos e entulho em suas terras. As amarelas indicam que apenas destroços e entulho no interior das instalações precisam ser removidos e as casas danificadas ou edifícios devem ser deixados intocados. As verdes são colocadas quando os Proprietários expressam que as casas ou edifícios devem permanecer intocados e eles não querem que nada em suas terras seja retirado.
Essa abordagem faz com que seja muito mais fácil para proprietários de imóveis expressarem sua vontade e o pessoal da prefeitura para reconhecê-la quando trabalham no local, além do que irá diminuir o custo administrativo.



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Bandeira vermelha
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Bandeira amarela
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Bandeira verde

Veja mais em http://www.env.go.jp/en/focus/110603.html



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O novo Código Florestal.

A sessão de votação ,das comissões de Agricultura e Ciência e Tecnologia do Senado, pertinente às mudanças do Novo Código Florestal, no Senado, ocorrerá no próximo dia 08.11, existem várias modificações, contudo precisamos ficar atentos se essas modificações serão para o bem de TODOS os brasileiros ou só para o bem daqueles de sempre.....Entenda a discussão do novo código assistindo o excelente vídeo da OCEPAR(Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná). Segundo notícia do Senado, o projeto de reforma do Código Florestal deve ser votado na Comissão do Meio Ambiente(CMA) dia 22.11 e seguir para votação em plenário. 
Se ficar curioso, veja nos links das comissões os nomes desses relatores e acompanhe as propostas. Cobre deles por e mail(lista de contatos), participe com a sua opinião a respeito do tema...O tempo para preservarmos nossos recursos naturais está se esgotando!

A CMA é composta por 29 relatores
A CRA(Comissão de Agricultura e Reforma Agrária)  é composta por 14 relatores;
A CCT (Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática) é composta por 27 relatores


segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Relatório Mundial do Trabalho - 2011

O Relatório Mundial do Trabalho apresenta, em sua edição 2011, uma interessante análise sobre a atual situação do trabalho no mundo e suas perspectivas que, se não houverem mudanças nos paradigmas econômicos, não é muito otimista. Confira no Editorial de Raymond Torres. A tradução é livre. O link do original em Inglês encontra-se no final do texto.


“Editorial
Raymond Torres Diretor Instituto Internacional de Estudos do Trabalho.
O abrandamento da economia pode implicar uma dupla queda no emprego ...

Os próximos meses serão cruciais para evitar uma queda dramática no mercado de trabalho e um agravamento significativo da agitação social. A economia mundial, que tinha começado a se recuperar da crise global, entrou numa nova fase de enfraquecimento econômico. Nas principais economias avançadas o crescimento econômico chegou a estagnar e alguns países têm re-entrado em recessão, nomeadamente na Europa.O Crescimento tem enfraquecido também em grandes países emergentes e em desenvolvimento.
Com base na experiência do passado, vai demorar cerca de seis meses para que o enfraquecimento econômico em curso impacte os mercados de trabalho. De fato, no rescaldo da crise global foi possível retardar ou atenuar as perdas de emprego, em certa medida, mas desta vez a desaceleração pode ter um impacto muito mais rápido e mais forte no emprego. Após o colapso do Lehman Brothers em 2008, muitas empresas viáveis estavam inclinadas a reter trabalhadores, ​​esperando uma desaceleração temporária da atividade. Agora, três anos depois da crise, o ambiente de negócios tornou-se mais incerto e as perspectivas econômicas continuam a deteriorar-se. A manutenção do emprego pode, portanto, ser menos difundida.
Além disso, programas governamentais de trabalho e de apoio ao rendimento, que se mostraram tão bem-sucedidos no amortecimento das perdas e apoio a práticas de manutenção do emprego em empresas no início da crise global, podem ser reduzidos, como parte do programa de medidas de austeridade fiscal adotado em um número crescente de países.
Por último, e mais fundamentalmente, enquanto em 2008-2009, houve uma tentativa de coordenar as políticas, especialmente entre os países do G20, há evidências de que os países estão agora agindo isoladamente. Isso está levando à políticas mais restritivas impulsionadas por considerações mais competitivas e as medidas de manutenção do emprego poderão ser vítimas delas.
Os indicadores mais recentes sugerem que a desaceleração do emprego já começou a se materializar (Capítulo 1). Este é o caso em quase dois terços das economias avançadas e metade das economias emergentes e em desenvolvimento para os quais existem dados disponíveis recentes. 
Enquanto isso, os jovens continuam a entrar no mercado de trabalho. Como resultado, aproximadamente 80 milhões de novos empregos serão necessários nos próximos dois anos para restaurar as taxas de emprego pré-crise (27 milhões em economias avançadas e o restante em países emergentes e em desenvolvimento). Contudo, à luz do recente abrandamento econômico, a economia mundial é suscetível de criar apenas cerca de metade dos empregos tão necessários.  E estima-se que o emprego em economias avançadas não retornará ao seus níveis pré-crise até 2016, ou seja, um ano mais tarde do que projetada no Relatório Mundial de Trabalho de 2010.
Exacerbando as desigualdades e descontentamento social...
Com o desatino na recuperação  do emprego, o descontentamento social está se tornando mais difundido, de acordo com um estudo realizado para efeitos do presente relatório (ver foco especial em agitação social no Capítulo 1). Em 40 por cento dos 119 países para os quais as estimativas poderiam ser realizadas, o risco de agitação social tem aumentado significativamente desde 2010. Da mesma forma, 58 por cento dos países mostram um aumento no percentual de pessoas que relatam a piora dos padrões de vida. E a confiança na capacidade dos governos nacionais para resolver a situação enfraqueceu em metade dos países.
O Relatório mostra que as tendências de descontentamento social estão associadas tanto com a evolução do emprego como a percepção de que o ônus da crise é partilhado de forma desigual. O descontentamento social aumentou em economias avançadas, Oriente Médio e Norte da África e, embora em muito menor grau, na Ásia. Em contrapartida, pode ter estabilizado na África Sub-saariana, e diminuído na América Latina.
... e atrasando ainda mais a recuperação econômica.
O agravamento social de perspectivas emprego, por sua vez, está afetando crescimento econômico. Nas economias avançadas, o consumo das famílias - um motor fundamental do crescimento- É subjugado com trabalhadores tornando-se mais pessimistas sobre o seu emprego e perspectivas de salário.  Indicadores para os Estados Unidos e vários países europeus sugerem que os trabalhadores esperam estagnação ou mesmo queda dos salários. A perspectiva de demanda incerta, combinada com fraquezas continuadas no sistema financeiro de economias avançadas, retraem o investimento em todos os países, incluindo países emergentes e em economias em desenvolvimento que  assentam o crescimento e a criação de emprego nas exportações.  Em suma, há um ciclo vicioso de uma economia mais fraca que afeta o trabalho e a sociedade, que por sua vez, retrae a economia, o investimento real e o consumo e assim por diante.  Este círculo vicioso deve ser quebrado por fazer funcionar os mercados de trabalho-não há outra maneira. 
Tendências recentes refletem o fato de que não tem sido dada devida atenção ao emprego como um fator-chave de recuperação. Países têm cada vez mais se focado em acalmar os mercados financeiros.
 Em particular, nas economias avançadas, o debate é muitas vezes centrado na austeridade fiscal e como ajudar os bancos, sem necessariamente se reformar as práticas bancárias que levaram à crise, ou fornecer uma visão de como a economia real vai recuperar.  Em alguns casos, este tem sido acompanhado de medidas que são percebidas como uma ameaça à proteção social e aos direitos dos trabalhadores.  Isso não vai aumentar o crescimento do emprego.
Enquanto isso, a regulamentação do sistema financeiro - o epicentro da crise mundial - continua a ser inadequada. Nas economias avançadas, o setor financeiro não desempenha o seu papel normal como intermediário de fornecimento de crédito à economia real. E economias emergentes foram afetadas pela entrada massiva de capitais voláteis (Capítulo 2). Na prática, isso significa que o emprego é considerado de segunda ordem em relação aos objetivos financeiros.  Surpreendentemente, a maioria dos países tem agora planos de consolidação fiscal, apenas uma grande economia avançada - Estados Unidos - anunciou um plano nacional de postos de trabalho.
 Em outra parte, política de emprego é, muitas vezes, examinada com uma lente fiscal. É urgente mudar de rumo. A janela de oportunidade para alavancar a criação de emprego e geração de renda está se fechando, como a exclusão do mercado de trabalho está começando a tornar a crescente expectativa em descontentamento social. “

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Brasil no ranking global das Empresas “Verdes” 2011

Saiu essa semana o ranking global das empresas que investiram na preservação ambiental quanto à utilização de seus recursos energéticos. A boa notícia é que empresas brasileiras aparecem entre as 500 empresas mais ‘verdes’.  A Newsweek compara nesse ranking as ações ambientais, gestão (políticas, programas, iniciativas, controvérsias) e práticas de comunicação das grandes empresas. Para produzir o ranking, a Newsweek fez parceria com duas empresas líderes de pesquisa ambiental: a Trucost e a Sustainalytics.
A Trucost é especializada em medidas quantitativas do desempenho ambiental e possui a mais extensa base de dados disponíveis sobre os impactos ambientais corporativos. A empresa calculou o índice de Impacto Ambiental para cada empresa com base em mais de 700 métricas, incluindo emissões de gases de efeito estufa, uso da água, descarte de resíduos sólidos e a chuva ácida proveniente das emissões. 
A Sustainalytics é conhecida por sua  análise credível e independente de indicadores ambientais, sociais e de governança (ESG) e sua vasta abrangência de investigação (incluindo EUA, as empresas globais e os mercados emergentes).  A sua avaliação das políticas ambientais de cada empresa, sistemas de gestão e programas informou a Pontuação de Gestão Ambiental para o ranking desse ano.

Um fragmento do ranking destacando as empresas brasileiras:
Class
COMPANHIA
PAÍS
SETOR INDUSTRIAL
PONTUAÇÃO
VERDE
IMPACTO
AMBIENTAL
GESTÃO
AMBIENTAL.
DIVULGAÇÃO
4
Bradesco
Brazil
Financials
82.2
88.1
82
56.3
17
Santander
Brazil
Financials
75.3
87.7
66.3
60.3
50
Banco do Brasil
Brazil
Financials
71
88.2
52.1
78.6
54
Itau
Brazil
Financials
70.6
73.7
63.4
88.6
214
Eletrobras
Brazil
Utilities
59
52.1
61.8
77.5
248
Grupo Pao de Acucar
Brazil
Retailers
57.3
58.3
64.8
18.8
312
Vale
Brazil
Materials
54.1
30.8
67.9
97.6
364
Petrobras
Brazil
Energy
51.1
44.3
58.1
50.3
417
Ambev
Brazil
Food, Beverage & Tobacco
47.8
34
65.8
28.3
463
Gerdau
Brazil
Materials
43.8
36.7
60.7
0


fonte: Global Companies - Green Rankings 2011

Veja o ranking completo em: 




Entenda a importância da Rio+20



Teresina vai ganhar horta modelo com recursos de R$ 100 mil - Geral - Piauí - 180graus

Teresina vai ganhar horta modelo com recursos de R$ 100 mil - Geral - Piauí - 180graus

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Os fatos da semana para que você "“Think Different”".

Essa última semana foi incrivelmente reveladora em termos da necessidade imediata de novas formas mais sustentáveis de vida. Além da morte do ícone do século XX e XXI, Steve Jobs, cujo legado foi o de criar produtos eletrônicos mais acessíveis e de fácil manuseio para a população. Tivemos aqui no Brasil, a destruição da marca Toddynho e a incrível odisséia, em São Paulo, do vazamento de gás metano no Shopping Center Norte e imediações. Um vazamento causado no duto da Petrobrás no trecho de Itaguaquecetuba que poderia ter repetido o acidente tenebroso de Vila Socó em 1984.

No mais, graças a um médico carioca Alexandre Carvalho, pudemos saber um pouco sobre os protestos anticrise em Nova York, na quarta semana de protestos. Virou notícia. 

Imagino essa “agilidade” da mídia brasileira aplicada nas coberturas dos acontecimentos ligados ao futebol ou aos preparativos para Copa...Não ia ser demais? Esperar só quatro semanas para saber o resultado de um jogo do campeonato brasileiro? 

Pois é, mas mudanças na forma de fazer política e na forma de priorizar as necessidades de 99%da população mundial em termos de trabalho, saúde e renda, não são importantes. A Copa e as Olimpíadas são mais importantes... 

Não temos mais problemas sociais no Brasil, temos saúde e educação de qualidade para todos e benefícios, como a Bolsa Família, a Bolsa Verde, o Seguro desemprego, substituindo a ocupação laboral de nossa população. “Estamos com tudo e não estamos prosas” como dizia o ditado e a mídia atualmente.
Farpas à parte, nós devemos contextualizar todos os fatos para refletir sobre nossas necessidades de mudanças concretas no nosso modo de pensar e viver nesse planeta enquanto sociedade:

Toddynho. 
    

O problema do Toddynho, na minha humilde opinião oferece um rico campo para a reflexão da importância de um equilíbrio maior entre os poderes corporativos, governamentais e da sociedade civil brasileira. 
Como assim?  Analisando todas as reportagens entre 30.09.11 e 07.10.11 publicadas na Folha de São Paulo, parabéns à ANVISA que depois, somente depois, que crianças começaram a apresentar lesões graves ela imediatamente tomou providências no RGS, contudo recomendou a inspeção "preventiva" da fábrica em São Paulo onde constatou que havia “apenas” detergente no produto. 
Um produto destinado às crianças. Para as NOSSAS crianças. 
Reflita comigo, em nome do lucro é justo que eu ponha em risco a vida dos filhos de alguém? 
Quando se produz algo para alimentar as pessoas não se deveria ter a ética, a decência se preocupar primeiro com o bem estar de quem consome o produto e depois com as possíveis perdas de produção? 
Tem hora que eu me pergunto se os filhos dos que trabalham diretamente na produção de alimentos, consomem esses mesmos produtos. 
Um bom indicador seria convocar as famílias dos gestores dessas indústrias para testar os produtos antes destes serem inseridos no mercado. Será que topariam a experiência? 
Será que tomariam mais cuidado no processo de produção ou continuariam a produzir mais em nome do lucro? 



Vazamento no Duto da Petrobrás.

Segundo a reportagem, um vazamento químico em um córrego provocou um incêndio que por sorte não causou mortes. Dizem boatos, que foi causado não por negligência da empresa, mas por uma iniciativa individual criminosa. O que me leva a pensar: Onde está o senso de coletivo das pessoas quando cometem crimes em nome de um enriquecimento rápido? O quê leva um indivíduo ou um pequeno grupo de pessoas a cometerem esse tipo de crime e contarem com a imunidade
?
Imagine que se o incêndio não fosse controlado pelas autoridades competentes poderíamos ter o evento: Vila Socó II. Se realmente uma quadrilha ou indivíduo for responsável por esse crime, a pena será igual aquela destinada às grandes corporações quando cometem crimes ambientais?

Shopping Center Norte e as áreas de risco na Grande São Paulo.

Quanto ao perigo de explosão do Shopping Center Norte motivo de sua interdição e possível fechamento, nas palavras da acionista Yara Baumgart, em entrevista ao Estado de São Paulo, em 06/10/11, “uma irresponsabilidade” já que tanto o metro, a rodoviária e o Cingapura também foram construídos numa área de lixão.
Então fico a pensar: Se numa área de lixão há emissão de gases altamente inflamáveis, nos projetos de ocupação não deveria haver algum tipo de prevenção ambiental ou reaproveitamento desses mesmos gases para suprimento energético das edificações lá instaladas? Em 27 anos ninguém nunca se preocupou com isso? Porque só agora? Agora temos uma lei, 13.577de 2009, que determina as diretrizes e procedimentos para áreas contaminadas. Agora a CETESB (Companhia Ambiental de São Paulo) tem “bala na agulha”, pelo menos em teoria, para exigir das indústrias que trabalham com solventes o mesmo procedimento já adotado para os postos de gasolina.



No mapeamento das oito áreas de contaminação crítica na Grande São Paulo, duas áreas contaminadas por aterros com exceção do Center Norte, são destinadas as COHAB’s de Vila Nova Cachoeirinha(construída em 1986) e Heliópolis (construída entre 1988 e 1992). No caso da área de Heliópolis ainda se constroem habitações para populações de baixa renda, como as 827 novas unidades da CDHU previstas em convênio firmado pelo governo do estado e prefeitura no último dia 15/06/11.
Os mais maldosos pensarão com certeza que o governo ignorou as providências necessárias e já contorna os possíveis problemas de vazamento de gases nessas áreas que são e ainda serão habitadas pela população mais pobre. Será que devemos concordar com esse pensamento maldoso? Só o fato de existir a possibilidade de questionamento me dá frio na espinha. Afinal, A CETESB faz o trabalho de monitoramento de áreas de contaminação desde 2002 e segunda ela “só conhece pequena parte das áreas contaminadas”. 

A morte prematura de Steve Jobs.


Sua vida de empreendedor e empresário no ramo eletrônico lhe rendeu bem mais do que uma substanciosa fortuna pessoal, fama e sucesso. Rendeu também uma demonstração devota que o colocaria na categoria de Venerável se houvesse a possibilidade de sua candidatura à santidade.
O quê ele representa em termos de ícone, ou melhor, de referência para os bilhões de pessoas que vivem nesse planeta hoje? Essa é uma pergunta que não quer calar. Essa devoção poderia coroar o êxito de uma ideologia de mais de cem anos que nos trouxe até esse momento de crise? Se ele não morresse e nem estivesse doente apoiaria o protesto americano? Como a Apple trata as questões do e-waste proveniente de seus produtos? Será que jogar a responsabilidade do descarte no colo do consumidor depois de milhões de dólares investidos em campanhas de marketing para forçá-lo a troca compulsiva de aparelhos é correto?

Com todas essas questões para pensar, me despeço e desejo a todos um bom feriado! Feliz dia das crianças!!!