Fazendo um mundo melhor.

Esse blog foi uma iniciativa surgida a partir de uma página criada há alguns meses no Facebook. Os textos e links disponíveis interagem com os posts na página "Criando Sustentabilidade".
A proposta do blog é contribuir para uma legitimação e execução de ações sustentáveis individual e coletivamente.
Tentaremos informar, educar e esclarecer alguns pontos sempre obscuros nesse tema.

domingo, 20 de novembro de 2011

Sustentabilidade com Economia de Baixo Carbono, cantando a Balada do Louco.

 “Os padrões de consumo atuais, tão concentrados em produtos alimentares de má qualidade, num padrão de mobilidade urbana insustentável e em formas de moradia apoiadas em imenso desperdício, devem ser discutidos e modificados”. Ricardo Abramovay em entrevista de 22.11.2010.
O que algumas pessoas pensam hoje é que o termo “Economia de Baixo Carbono” veio para substituir o conceito de Sustentabilidade. Não é verdade. O conceito de Economia de Baixo Carbono é uma economia que fundamenta a obtenção dos insumos, necessários para o pleno funcionamento dos ciclos produtivos, em energias alternativas, não baseadas ou parcialmente baseadas em energia fóssil, como petróleo e carvão, diminuindo assim a emissão de gases de efeito estufa e garantindo a prosperidade e o desenvolvimento. Como sempre.  Aí é que está a questão “de um milhão de dólares”: Garantindo a prosperidade e o desenvolvimento de quem, especificamente? Dos mesmos?
Sustentabilidade é a manutenção desse ciclo produtivo sem desperdício de insumos, mão-de-obra e recursos financeiros, garantindo assim um desenvolvimento econômico, que baseado no uso adequado e equilibrado dos recursos ambientais, humanos e financeiros, possa garantir a plena existência das gerações futuras. Ou seja, pra continuarmos existindo enquanto espécie. Além da expansão das liberdades individuais, do culto e respeito aos direitos humanos, a erradicação da pobreza, a melhora na qualidade de vida, etc.
Sustentabilidade vai além, muito além das relações mercantis. Invade e propõe mudanças nas relações sociais, principalmente, na cultura e na nova religião humana: o culto do ganho financeiro. Religião essa que, hoje, é pregada nos púlpitos dos canais de comunicação e remodela nossos sonhos de maneira escravizante e devota.  Sempre foi assim, concordo.
Nenhuma proposta civilizatória de sucesso desdenhou a prosperidade que o dinheiro pode oferecer. É nossa história. Contudo, nossa evolução enquanto sociedade também está vinculada ao senso de utilidade. Então, como o dinheiro vai ajudar-nos a respirar, comer e beber água quando os recursos forem totalmente esgotados? Talvez comamos e bebamos dinheiro...dará para respirá-lo?
Em curto e médio prazo e provavelmente em longo prazo não poderemos “migrar” para outro planeta e nem trocar o nosso por um modelo mais novo. Alguns parecem não reconhecer que o ‘fabricante’ de planetas demora 4,5 bilhões de anos para fazer esse modelo utilitário de “planetinha”, para girar em torno de uma estrela mixuruca de quinta grandeza.  Por acaso onde nós, humanos, vivemos. Há de convir que é muito tempo para a entregar o produto em condições de uso...
Precisamos parar de discutir e começarmos a viver novos valores, mais “úteis” para nossa sobrevivência. Sustentabilidade, nesse sentido, não é nada mais do que inteligência a serviço do interesse de seres inteligentes. Viver do modo antigo ou viver como se essa ameaça de inópia não existisse é pura burrice ou insanidade.   
Falando em insanidade, assisti essa semana, no History Channel, um programa chamado: “Ícones do Mau Comportamento”, onde figuras históricas referenciadas pelos gestores e governantes modernos foram taxadas de maníacos, paranóicos, psicóticos, insanos. Nero, Calígula, Gensis Khan, César, Aníbal, Chin Shi Huang Di (primeiro imperador da China). Todos esses personagens e mais uma centena deles ao longo da história, são referenciados pelas conquistas e pela ‘prosperidade’ que proporcionaram às suas sociedades.  Perfeito, todavia são classificados como pessoas extraordinárias porque sofriam de algum desequilíbrio mental, portanto, capazes das maiores atrocidades em nome do progresso de seus povos. As justificativas são desde traumas infantis, uso de drogas, contaminação por mercúrio e chumbo até defeitos de nascença. 
Como se abrissem a porta do hospício e colocassem os pacientes mais graves em cargos de grande poder sobre a vida e a morte da humanidade, sobre nossas vidas. Tem dia que eu penso que essa é a grande Teoria da Conspiração que os lunáticos ainda não perceberam.... será?
Discutimos fervorosamente novas formas de vida no mínimo há uns trinta anos, as mudanças são pontuais, mas para cada mudança planejada há uma resistência e uma reação para que as coisas permaneçam como estão. Insanas.
Exemplo disso é a repressão dos movimentos sociais para a reformulação das políticas governamentais. Vendo e lendo sobre o que anda acontecendo nas praças ocupadas em cidades dos países desenvolvidos e não desenvolvidos, e ainda, os discursos promovidos pela mídia, me lembro dos eventos históricos que marcaram a alavancada desenvolvimentalista no fim do século XIX e em todo o século XX.  Polícia na rua, gente ferida, ânimos exaltados, muita discussão, falta de notícias ou a distorção delas para promover o lado dominante, gente desaparecida, morta...e como esses protestos ajudaram a mudar o mundo ou as dinâmicas de dominação e submissão sociais? A história se repete.
 Não ajudaram porque as portas do hospício sempre são abertas e os futuros líderes mundiais parecem ser escolhidos a dedo. Tem que ter no currículo qualidades de sanguinário e louco varrido. "Gente normal não sobrevive à pressão e à luxúria do poder" diz a crença popular. Tem que vestir o tailleur branco amarradinho nas costas...pelo menos uma vez,  para dominar o mundo! Brincadeira...com nuance de verdade.   
Atualmente, Gente normal protesta, vira mártir, apanha na rua, apanha na praça, até no campus. Na contramão, Gente normal morre de medo, finge que não existe o problema, se esconde em casa ou vive no delírio de que se comportar-se direitinho sobrevive, rotula os pares como anarquistas ou maconheiros ou ainda desocupados ou mais, rebeldes sem causa. Gente normal vive no mundinho particular tendo como o maior sonho de grandeza o turismo internacional em lugares que passaram na novela das oito. Gente normal não se mete em política (porque isso é para ladrão e pessoas de baixa reputação) e inveja o vizinho. Gente normal delira em segurança enquanto os ícones do mau comportamento moderno regem insanamente o mundo e ditam as regras do que é ser normal.  Tem uma nítida divergência entre gente normal e isso é sinal de que já passou o tempo da discussão. Os loucos estão mais unidos que nunca e se defendendo com requintes de crueldade. O que fazer então?
Temos que assumir que o tempo de mudança já chegou.  Sustentabilidade com Economia de Baixo Carbono. Será que os loucos vão deixar?Serão inteligentes a esse ponto?
Agora, será que existe vida inteligente entre gente normal? Será que gente normal é um ser inteligente?  Essa é a pergunta cuja resposta ainda se constrói diariamente, entre tapas, cassetetes, bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral, consumo desregrado, abusos e cultos financeiros, shows de rock e propaganda enganosa, estatísticas ruins e desatualizadas. As estratégias dos loucos, pouco criativas mas eficazes desde que o mundo é mundo. Só que dessa vez está difícil de produzir resultados apesar a exímia eficiência  dos métodos milenares de alienação de Gente normal.  
Ou seja, uma incógnita, portanto, ainda paira nos rumos que tomaremos enquanto humanidade. Tanto Loucos como Gente Normal. Porque dessa vez podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que estamos no mesmo barco: o Planeta Terra. Nesse meio tempo nada melhor que cantar...Sugestão: a Balada do Louco. O Ney Matogrosso canta como ninguém!!!! 

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