Fazendo um mundo melhor.

Esse blog foi uma iniciativa surgida a partir de uma página criada há alguns meses no Facebook. Os textos e links disponíveis interagem com os posts na página "Criando Sustentabilidade".
A proposta do blog é contribuir para uma legitimação e execução de ações sustentáveis individual e coletivamente.
Tentaremos informar, educar e esclarecer alguns pontos sempre obscuros nesse tema.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Cool It - Um Ambientalista Cético (Documentário-2010) questões para refletir.

O documentário de 2010, aborda uma maneira peculiar de refletir sobre os problemas da "sustentabilidade". Entre aspas porque na verdade há uma distorção perigosa sobre como se discutem atualmente as questões e como se definem estratégias de mudança para um contexto de desenvolvimento sustentável. Só acompanhar as notícias sobre o assunto e sua eficácia de divulgação. A lógica parece insana. Quanto mais importante menos divulgado. O caso mais estranho, que exemplifica essa atual abordagem 'lógica" de priorização de assuntos pertinentes ao tema é o dos índios Guarani-Kaiowá e seu suicídio coletivo 

Nesses meses que procederam à Rio+20, "O futuro que não queremos" parece se consolidar enquanto, antagonicamente, "o  futuro que queremos" e seus 283 parágrafos inócuos influenciam cada vez mais os comportamentos da sociedade global em todos os setores. Difícil equacionar tamanha ação auto destrutiva da sociedade humana. Existem milhares de avanços tecnológicos e propostas ambientais que resistem em tentar harmonizar as diferenças e problemas sociais. Parece que o "Nosso futuro comum"(link disponível nesse blog) já foi entendido mas resistimos bravamente em aceitá-lo. Contudo, tomando as palavras de Ain Rand: "Você pode ignorar a realidade, mas não pode ignorar as consequências da realidade".   Seremos nós todos no planeta os futuros índios guarani-kaiowá? Qual contexto será necessário para seguirmos caminhos diferentes? 

domingo, 6 de maio de 2012

O Estudo "Planet and People" da Royal Society.


Working Group member Dr Eliya Zulu, Executive Director, African Institute for Development Policy and President, Union for African Population Studies
Working Group chair Sir John Sulston FRS, Chair of the Institute for Science, Ethics & Innovation, University of Manchester.
O estudo elaborado pela Royal Society tem seu mérito quando aborda as questões que hoje fazem parte da discussão global sobre os rumos da nossa nave-mãe.  Até aí nenhuma novidade sobre o assunto, um olhar mais atento no estudo provoca até aquela sensação: "Tudo do mesmo outra vez"
Contudo, é interessante notar que alguns ativistas criticam esse esforço de pensamento inteligente por uma organização que remonta 352 anos e foi responsável pelos avanços sociais e econômicos que nos levaram a esse "caos apocalíptico capitalista em que vivemos hoje"(como alardem os mais radicais). 
Considero um avanço, em parte,  que uma instituição tão conservadora e ícone do capitalismo e da industrialização desmedida, consiga enxergar melhor e além da sagrada maximização do lucro e da coisificação humana. Já é um começo, e doa a quem doer a ausência e a negligência na elaboração de políticas sociais de longo prazo é uma das grandes vilãs da história. Quer dizer que já reconhecem que até "a batata" deles vai "assar" democraticamente. Esse é o ponto.   Começa a se realizar o sonho de Immanuel Kant: a ciência começa a ser mais "sensível", ao que me parece.
Numa leitura mais atenta nos dados coletados e nas análises apresentadas claro que se nota uma preocupação com o controle populacional nos países mais pobres. Fica óbvia a necessidade de medidas e políticas mais conscienciosas em relação a isso.
Ao contrário do que possa parecer para nós aqui abaixo da linha do equador, não significa que se quer promover a esterilização em massa. Significa que precisamos educar as populações respeitando as individualidades, as gens, as fátrias, as tribos e a família monogâmica. Significa, como bem disse meu Mestre Ladislau Dowbor: "deixarmos de nos comportar perante o planeta como passageiros e começarmos a agir como tripulantes" . Significa o que o relatório da Royal Society recomenda em nove itens:  (numa tradução tosca e livre, sorry)
"1-A comunidade internacional deve trazer os 1,3 bilhão de pessoas que vivem com menos de US $ 1,25 por dia para sair da pobreza absoluta, e reduzir a desigualdade que persiste no mundo de hoje. Isso exigirá esforços concentrados em áreas políticas fundamentais, incluindo o desenvolvimento econômico,  educação, planejamento familiar e saúde .
2-Os mais desenvolvidos e as economias emergentes devem  estabilizar e reduzir os níveis de consumo de material  por meio de: melhorias na eficiência do uso de recursos, incluindo: a redução de resíduos; investimento em recursos sustentáveis, tecnologias e infra-estruturas, e sistematicamente dissociar a actividade económica de impacto ambiental.
3- Saúde reprodutiva e programas de planejamento familiar voluntário  necessitam urgentemente de uma liderança política e compromisso financeiro, tanto nacional como internacionalmente. Isto é necessário para continuar a trajetória de queda da taxa de fecundidade , especialmente em países onde a necessidade insatisfeita por métodos anticoncepcionais é alta.
4- A questão População e  ambiente não deve ser considerada como duas questões distintas. As mudanças demográficas e as influências sobre eles, devem ser incluídos em debate econômico e ambiental e planejamento em reuniões internacionais , como a Rio +20 Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável e reuniões subseqüentes.
5- Os governos devem perceber  o potencial de urbanização para reduzir o consumo de materiais e impacto ambiental através de medidas de eficiência . O  bem planejado  fornecimento de água, eliminação de resíduos, energia e outros serviços vão evitar as condições de favelas e aumentar o bem-estar dos habitantes.
6- A fim de cumprir as metas previamente acordadas para  universalização da educação , decisores políticos em países com baixa frequência escolar precisa trabalhar com financiadores internacionais e organizações, tais como  UNESCO, UNFPA, UNICEF, FMI, Banco Mundial e Educação para Todos . Barreiras financeiras e não financeiras devem ser superadas para conseguir alta qualidade ensino primário e secundário para todos do mundo jovem, assegurando a igualdade de oportunidades para meninas e meninos.
7- Os cientistas naturais e sociais precisam aumentar seus esforços de pesquisa sobre a interação entre o consumo, as mudanças demográficas e impacto ambiental. Eles têm um papel único e vital no desenvolvimento de um quadro mais completo dos problemas, as incertezas encontradas em todas essas análises, a eficácia de possíveis soluções, e proporcionando uma fonte aberta, confiável de informação para os decisores políticos e ao público.
8- Os governos nacionais devem  acelerar o desenvolvimento de medidas abrangentes de riqueza . Isto deve incluir reformas do sistema de contas nacionais, e melhoria na contabilidade de ativos naturais.
9- A colaboração entre os governos nacionais é necessário para desenvolver sistemas sócio-econômicos e instituições que não são dependentes do crescimento contínuo de material de consumo. Isto irá informar o desenvolvimento e implementação de políticas que permitem que as pessoas e o planeta floresçam."
Significa pararmos com aquele discurso medíocre(no mau sentido)de pobre de espírito com recursos financeiros limitados: "chegou a minha vez de imitar e levar a vida de rico que sempre sonhei" como pontuou muito bem Steven Levitt em seu livro Freakonomics. Significa sim que chegou a nossa vez de participar e sermos incluídos na construção da evolução de uma sociedade mais inteligente e mais sensível ao planeta no qual vive e do qual depende para continuar vivendo. 
Confira o estudo completo em inglês clicando no link:
RoyalSociety

terça-feira, 1 de maio de 2012

97% Owned Documentário britânico sobre a Reforma Monetária.


Para falar de sustentabilidade, entender os mecanismos econômicos que atualmente regem o mundo é fundamental.
Esse documentário, em inglês, disponibilizado ontem no youtube, é fantástico. Abaixo, a tradução livre da introdução do vídeo:

"97% owned, pesquisa atual e  séria com evidências verificáveis ​​em nosso sistema econômico e financeiro. Este é o primeiro documentário a abordar esta questão a partir de uma perspectiva do Reino Unido e explica o funcionamento interno dos Bancos Centrais e do processo de criação de dinheiro.
Quando o dinheiro impulsiona quase todas as atividades no planeta, é essencial que nós o entendamos. No entanto, perguntas simples muitas vezes são esquecidas, perguntas como: De onde é que o dinheiro vem? Quem cria isso? Quem decide como ele é usado? E o que isso significa para os milhões de pessoas comuns que sofrem quando o sistema monetário e financeiro se quebra?

Produzido por Queuepolitely e com Ben Dyson do Positive Money, Josh Ryan-Collins, do New Economics Foundation, AnnPettifor, o "Whistleblower HBOS" Paul Moore, Simon Dixon do Bank to the Future e Nick Dearden do the Jubliee Debt Campaign.

O Filósofo político John Gray, comentou:
 "Nós não estamos indo para um mundo em que as crises nunca vão acontecer ou vão acontecer cada vez menos. Estamos em um mundo em que eles acontecem várias vezes durante toda uma  vida humana e eu acho que vai continuar a ser o caso "

Se você decidiu que a crise como resultado do sistema monetário não é um evento que você pretende manter revisitando a sua vida útil, na sequencia, o documentário irá equipá-lo com o conhecimento que você precisa, o que você faz com ele e mais."


domingo, 15 de abril de 2012

"Chovendo no Molhado" até quando teremos água para isso?


     
Em plena contagem regressiva para Rio+20, muitas discussões e muitas ideias permeiam todas as pessoas sobre os rumos do nosso futuro comum.
Em todos os apelos e inovações existentes no universo virtual, poucos, muito poucos, trabalham a base fundamental para que as mudanças socioambientais ocorram: a água.
     No relatório do Programa Mundial de Avaliação de Recursos Hídricos (WWAP), um programa da ONUÁgua com sede na UNESCO, os números são alarmantes, contudo é interessante pontuar a análise do relatório sobre a interdependência existente no “nexo aguaalimentosenergia”. Simplesmente não dá para discutir novas formas de produção e de economia verde se não se fizer essa consideração.
     A maioria dos processos produtivos industriais, atualmente, necessita em todo ou em parte de água doce. Mesmo os processos de produção energética de algum modo dependem de água. A produção de alimentos também depende de água. Temos um aumento considerável e acelerado da população mundial. A ONU calcula que em 2050, precisaremos produzir 70% a mais de alimentos do que produzimos hoje. 
 Mesmo com todos os programas e políticas locais de preservação e tratamento da água, 80% das águas servidas (esgoto e similares) ainda não é tratado.
     O relatório apresenta em detalhes a situação hídrica mundial e aponta alguns caminhos a serem considerados na elaboração das políticas públicas atuais e futuras sobre o tema.     Que a humanidade sofrerá os efeitos da falta de água é uma certeza e verdade irrefutável, a dúvida é apenas o “quando” isso ocorrerá.
     Uma qualidade da água que sempre esquecemos e nunca pensamos, ela flui em todas as brechas possíveis, não respeita cercas ou filosofias ou ainda direitos de propriedade, existe e continuará existindo, todavia talvez não tão potável ao consumo humano e animal.   Antes de achar que não é seu problema, lembre-se que o mundo permanecerá mesmo depois de extinta a raça humana, ou seja, o mundo não acabará, você e todas as pessoas do mundo é que deixarão de existir... A escolha, no fim das contas, é sua.
     As opções: 1ª: continuar alienado em seu mundinho particular acreditando que o ganho financeiro garantirá sua existência e a de seus familiares ou participar mais ativamente dos dispositivos sociais já criados (e que hoje mínguam justamente pela não participação da sociedade) e 2ª: trabalhar não só para o seu clã, mas para todos na aldeia global.
Sei que todo esse discurso “chove no molhado” expressão no português que indica redundância. O risco está em que essa expressão mude o sentido, num futuro não tão distante, para indicar alguma lenda mitológica se é que existirá alguém para usá-la ou ouvi-la. O relatório poderá ajudá-lo a se inteirar da situação, porém o verdadeiro “conhecimento que liberta” estará em como você utilizará essa informação em seu dia-a-dia em prol de você mesmo, dos próximos e da coletividade. Opte consciente.

Se ainda não assistiu, assista o documentário "Ouro Azul" no link filmes interessantes, aqui no blog.
Maiores informações sobre o relatório:



quinta-feira, 22 de março de 2012

Feliz dia mundial da água!!!!Faça a sua parte!





Hoje é o dia MUNDIAL DA ÁGUA. Um recurso perene, mas finito. Tudo bem, e porque se preocupar com água se é só abrir a torneira?


Enfim, não são só os dois litros e meio, em média, que cada um dos sete bilhões de habitantes consomem diariamente. Para produzir cada quilograma de grãos são necessários 1.500 litros de água. Para garantir a picanha do churrasco são 15.000 litros por quilo. Na última década o consumo de água cresceu muito porque a população cresceu e tem fome.  


E como minimizar isso? O que podemos fazer? Simples: lembrarmos que 30% daquilo que comemos vira lixo. Dá para acabar com o desperdício? Sim, basta comprar apenas aquilo que você tem a certeza que vai consumir sem sobras. Mesma coisa na hora de fazer o prato, ponha nele apenas o que você irá consumir. 


Outra coisa fundamental recomendada pela ONU: diminua o consumo de carnes. Como? Bem, aí é com você e a sua necessidade de aparecer para os amigos, parentes e vizinhos. Proteína é necessária, mas não na quantidade que muitos de nós consomem até para ostentar o “Eu sou próspero porque posso comer carne todos os dias!”. Atualmente essa “prosperidade” anda sendo sinônimo de ignorância de “pobre emergente”.  


Essa “prosperidade” também pode provocar Osteoporose, Sobrecarga Renal, Doenças cardiovasculares, Câncer (por conta dos hormônios injetados) e a carne ainda é depressora do sistema imunológico. Seu médico, com certeza, ficará rico com a sua “prospera” dieta...


Nutricionalmente falando existem outras fontes de proteína vegetal. No mais, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a quantidade de proteína que o organismo necessita é de 0,8g por kg de peso para os adultos e 1g por kg de peso para as crianças. Por exemplo, um adulto de 70Kg necessita de 56g de proteína diariamente.


A recomendação é que as proteínas forneçam 10 a 12% do valor energético total da dieta. Por exemplo, numa dieta de 2000 calorias, apenas 200 deveriam ser fornecidas pelas proteínas.


Mas afinal, onde estão as proteínas de origem vegetal?
Isso é bem mais simples do que muitos imaginam. Na verdade, todos os grãos e sementes são boas fontes de proteína vegetal.
As principais fontes são:
Leguminosas (Feijões, Soja, Lentilha, Ervilha, Grão-de-bico, Fava, Tremoço)
Castanhas (do Pará, de Caju, Amêndoas, Avelãs, Amendoim, Nozes, Pistache)
Sementes (Gergelim, Linhaça, Semente de Girassol, Semente de Abóbora)
Cereais (Arroz, Aveia, Milho, Trigo, Centeio e derivados)


Algumas combinações, garantem os nutricionistas, são ricas em aminoácidos(os tijolos que compõem as proteínas) e podem ser elaboradas em receitas sofisticadas para que o próspero emergente não perca o glamour:
Exemplo dessas combinações:
Arroz com Feijão
Arroz com Castanhas
Milho com Ervilha
Assado com castanhas (caçarola de vegetais e legumes)
Assado com soja (caçarola de vegetais e legumes)
Leite de castanhas com aveia


Tudo bem, não precisa radicalizar e virar vegetariano convicto, nem a ONU recomenda tal radicalismo, apenas tente cortar pela metade o seu consumo diário de carnes. Diminuindo o lixo proveniente das suas refeições e comendo meio bife estaremos ajudando o planeta, nossos filhos, nossos netos e nós mesmos. Esse é o compromisso que devemos assumir para 2012. Feliz dia da água. Redefina o uso dela em sua vida diária. 


O Planeta e as gerações futuras agradecem.    




Faça o teste, e veja quantos litros de água são necessários para compor o seu prato de cada dia: 
Quanta água existe em seu prato - Inglês:



Quanta água existe em seu prato? - Espanhol

sexta-feira, 16 de março de 2012

Semiótica da sobrevivência


“Às vezes, penso que a dignidade do homem
Parece que foi leiloada
Violência contra os idosos, doente na fila, polícia comprada
Juventude perdida, gente sem comida
Jovem com barriga, vida com ferida
Intriga, nessa corrida, será que esse beco
Ainda tem uma saída?”
Scrab de Maria Carolina Lins no facebook em 09/03/2012.

Uma jovem, em seus 20 anos de idade, postou um pequeno poema no facebook que nos remete a refletir sobre como anda a sustentabilidade nas inter-relações sociais e o que tudo isso imprime em novas significâncias ao que se assume como civilização humana.

Partindo do pressuposto que sustentabilidade conceitualmente é o equilíbrio entre três aspectos fundamentais: o social, o ambiental e o econômico, a fim de promover o  desenvolvimento no atendimento das necessidades humanas atuais preservando as mesmas possibilidades de suprimento para as gerações futuras; podemos refletir sobre como as atuais demandas sociais se dão nas dinâmicas estabelecidas no processo civilizatório e ‘como’ isso significa e o que realmente representa em termos semióticos.

Não se fazem necessárias grandes e profundas pesquisas para constatar que a percepção de dignidade claramente mudou na medida em que hoje presenciamos e vivemos, no dia-a-dia, situações muitas vezes inusitadas. Percebemos que existe, na prática, algo muito diferente do que muitos de nós concebemos como certo e errado, a partir dos símbolos que representam, tradicionalmente, os valores morais que sustentam a ética promulgada abertamente em nossa civilização.

Esse Paradoxo de S.Petesburgo permeia as nossas relações cotidianas e nossas esperanças de modo perverso, se imprimirmos o significado de recursos naturais e princípios éticos às moedas de Bernoulli (1687-1759).   Esclarecendo, para aqueles que não são matemáticos, o paradoxo condicional: “Pessoas oferecerão somente uma taxa modesta por uma recompensa de valor infinito”, todavia poderão esgotar seus recursos finitos pagando essa taxa milhares de vezes até que obtenham a recompensa.

O problema está em definirmos o significado da recompensa de valor infinito...e ficarmos atentos nas probabilidades de conquistá-la por apenas uma modesta taxa. 

É como jogar na loteria e ter a certeza de obter o prêmio na primeira vez que se joga. E o que significa a loteria senão a recompensa de valores infinitos por uma modesta taxa? Considerando a teoria das probabilidades, poderemos conquistar o prêmio com toda certeza, após apostarmos dois reais cerca de cinquenta milhões de vezes. (a probabilidade de ganho com um jogo é de 0,000002% ou 1/50063860). 

O ganho é garantido, porém esgotaremos nossos recursos de tal forma que, quando nossa hora chegar, o prêmio não valerá mais a pena mediante o dispêndio que tivemos para obtê-lo. Nisso nunca se pensa...

Será que efetivamente consideramos os recursos naturais como “pricelless” ou nossos princípios ou ainda nossas posses? 

As instituições criadas nos últimos duzentos anos para garantir a convivência e o desenvolvimento da civilização humana, passam hoje pela corrosão de suas essências em prol da manutenção de pequenos grupos ou indivíduos cujo objetivo é a sobrevivência a qualquer preço. 

Aprendemos em tenra idade que: “Os seres humanos são animais racionais, ou seja, animais que possuem capacidade de raciocinar, não agindo somente por instinto”. Isso significa que as “taxas modestas” já estão naquele momento paradoxal de exaustão dos recursos finitos. No passado, grupos humanos migraram para outras partes do planeta, hoje já não temos para onde ir. Somente se tivermos outro planeta semelhante ao nosso. Prevalecerá então a rudimentar lei do ‘mais forte’?

No mês passado, um grupo seleto de cientistas, premiados pelo Nobel do Meio Ambiente(Prêmio Planeta Azul), já prevendo que talvez a Rio+20 venha a fracassar, escreveu  um documento exortando os governos a trabalharem mais atentamente sobre as questões de governança.

Lendo as conclusões do documento, para muitos de nós parece uma coisa óbvia de se fazer, contudo o que significa realmente? O que simboliza e como seu significado realmente nos afeta no dia a dia para que nossa mudança comportamental sobre o consumo e nosso papel social, diante do cenário de Poder atual se torne efetivamente ecológica(com todos os significados que essa palavra possui)? Os 27 princípios da Carta da Rio-92 realmente contribuíram para um direcionamento das políticas públicas, todavia o que significaram efetivamente?

A dicotomia semiótica está em não percebermos que sobreviver não significa somente acúmulo de bens e riquezas. O dinheiro evoluiu em seu significado perdendo o vínculo com o humano. Não é mais um papel que representa suas posses e sim um papel que representa sua viabilidade de humanidade, de “ser” humano. Isso pode ser constatado em todo o planeta nas dinâmicas de mercado e nas dinâmicas políticas. 

Então, acontecimentos cotidianos e fragmentados como uma Tv chinesa denunciando grandes redes por venderem produtos vencidos ou uma deputada federal utilizando as horas de plenário para exortar a religião, num país declarado laico, para prática de karaokê com gastos pessoais de mais de 90mil reais nos últimos 6 meses - Representante pública, atuando como suplente na comissão de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, cuja relevância política nesse período limitou-se à lembrar a Presidenta que estudante paga meia entrada na Copa e à apresentação de um projeto de lei obrigando as operadoras de celular a substituírem aparelhos defeituosos -  devem ser analisados sobre outra ótica. 
O que simbolizam exatamente quando analisados sob o mesmo contexto global? E o como esses significados impactam nessa nova atmosfera social e em cada individualidade humana do planeta? Como simbolizamos e significamos o “humano”? E o Social? Como esses símbolos afetam nossos processos decisórios individuais e coletivos em prol da preservação do planeta e de nós mesmos?

A Semiótica da sobrevivência deve ser estudada com muito critério nesse novo milênio. Governança é importante e peça fundamental para continuarmos nossa existência enquanto humanidade, contudo ela só pode desenvolver-se quando compreendermos o que nos motiva, o que exatamente nos mobiliza para uma efetiva mudança.  Não uma mudança para pior, aleijando o desenvolvimento cognitivo das novas gerações com uma sutil ignorância, orquestrada numa melodia de hiper informação, impossibilitando os passos e o ritmo necessários para a construção do devido conhecimento para sobrevivermos. 


Essa ignorância reproduzindo ignorância, tal como um ‘câncer’ social, tem cura? Tem, com certeza, porém, simbolicamente falando, requer bem mais do que adotar a oroboro como símbolo da atual fase civilizatória, justificando a priorização do ego individual como forma dinâmica de evolução desconectado  do ambiente (que supõe-se imutável, perene, infinito em recursos e imutável) conforme analisa sabiamente Jean Baudrillard. 




 Requer a reintegração do homem vitruviano às linhas de frente da sociedade contemporânea nessa simbologia para que a sociedade não se esqueça, pelo menos, da necessária e vital sincronia simétrica entre o ser humano e o universo. 





terça-feira, 6 de março de 2012

Conferência das Nações Unidas Rio +20: O Roteiro da Suíça


Uma economia ambientalmente amigável no coração dos debates da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20), a ser realizada de 4 a 6 de junho de 2012 no Rio de Janeiro. Nesta ocasião, a Suíça tem a intenção de apresentar um roteiro visionário para a comunidade internacional. Em sua entrevista o embaixador do  FoEN/OFEV(Escritório Federal para o Meio Ambiente da Suíça) Franz Perrez qualifica o roteiro como uma bússola para guiar os países rumo à uma economia verde.

Perrez, embaixador da Suíça para o meio ambiente, antes que o edifício principal do FoEN em Ittigen (BE).A obra de arte que é exposta - enormes latas enferrujadas em que as plantas nativas crescem selvagens - convida a uma reflexão sobre a evolução da natureza.
© Marco Zanoni
Ambiente:  O que você espera de um roteiro para uma economia verde?
Perrez: Deve perceber a vontade política dos Estados para estabelecer uma economia que é ambientalmente amigável. Ela pretende levar os países a assumir compromissos e equipamentos para fornecer os meios para cumpri-lo. Queremos também para ilustrar como o progresso em direcção ao objectivo. A economia verde vai consumir menos recursos naturais e poluir menos. Também será mais social e pode garantir prosperidade a longo prazo de toda a população mundial, enquanto hoje é justamente os pobres que sofrem danos ambientais.
Como localizar no mapa que você tem a oferecer?
Quando você quiser usar um ticket de viagem, você deve primeiro saber seu destino. É por isso que o roteiro começa com a formulação de uma visão comum de uma economia verde. Será então especificar os objetivos a longo prazo e as etapas envolvidas em diferentes áreas, tais como contratos públicos sustentáveis. Se assumirmos, por exemplo, que todos os Estados devem implementar, dentro de vinte anos, o padrão de sustentabilidade em suas compras de bens e serviços, estabeleceremos marcos importantes. Cerca de 20% de todos os estados terão adotado uma política de compras sustentáveis ​​até 2020, a proporção chegará a 50% até 2025, etc.Finalmente, ele deve ter um kit de ferramentas que oferece meios práticos para alcançar este objectivo.
Na ausência de qualquer controle, cada país não permitirá que ele se importa com os outros a fazer o esforço necessário?
Claro que temos de prever o acompanhamento e controleda execução. Mas a mera formulação de objetivos  é pressão política. Os países mais pobres serão naturalmente menores na demanda como os países ricos e mais avançados. As grandes economias emergentes, no entanto, entenderam que devem participar no esforço comum. É por isso que eles são altamente crítico quando se trata de estabelecimento de metas e etapas.
A conferência das Nações Unidas no Rio é colocada sob o signo da economia verde.Qualquer progresso que acontecer lá agora terá que passar pela economia?
Ao longo dos anos, ele minimizou a noção de ambiente no título das grandes conferências internacionais. Mas a sustentabilidade significa sempre que o desenvolvimento eo crescimento devem respeitar os recursos naturais.
A economia tende portanto a dominar tudo!
Rio 20 concentra-se em uma economia verde. Desde a primeira cúpula da ONU em Estocolmo em 1972, o termo "ambiente" de fato desapareceu gradualmente como as grandes conferências e até mesmo sua ausência reflete uma escolha política. Originalmente, o conceito de sustentabilidade foi integrar a proteção do ambiente noutras áreas políticas, a fixação de um quadro e orientação. Hoje, no entanto, tende a relativizar os esforços feitos em nome da sustentabilidade ambiental, argumentando que a proteção efetiva do ambiente iria dificultar a luta contra a pobreza e crescimento econômico.
A proteção do meio ambiente não causa o risco de dificultar o desenvolvimento econômico?
Não, não é de todo. Apenas para aqueles que levam em conta o curto prazo. No longo prazo, só um ambiente protegido pode assegurar o crescimento e desenvolvimento econômico. A contradição não está entre as necessidades econômicas e sociais, por um lado e os interesses ambientais, por outro, mas entre o curto e longo prazo.
A comunidade internacional já não chegou a esta conclusão, em 1992, no Rio, na primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente  e Desenvolvimento?
Se não, naturalmente, não deve estar muito longe disso. No entanto, é hora de perceber a noção mais ampla de desenvolvimento sustentável e da economia verde oferecendo uma abordagem ao longo destas linhas.
A economia verde promete preservar os recursos, reduzir a poluição ambiental, para assegurar o progresso tecnológico, criar empregos e aumentar a eficiência. Quem pensaria se opor a isso?
Empresas que se concentram sobre as tecnologias ambientais e uma nova economia, não só acham que essas promessas são viáveis, mas também querem fazer todos os esforços para mantê-los. Outros estão resistindo. Eles pertencem à comunidade empresarial que teme a dinâmica de mudança e que está aproveitando o fato de que os custos ambientais são hoje terceirizados e com financiamento comunitário.
Quais são os países que defendem tais posições?
Se eu levar em conta o caso dos Estados Unidos, eu imagino que deva ser difícil de abalar estruturas baseadas inteiramente no modo de vida americano. Entre as grandes economias emergentes, alguns países já se comprometeram muito, mas não querem um compromisso formal.A China investe grandes somas em uma economia verde e pretende se tornar o maior produtor de energia renovável até 2030. Seu governo está engajado, contudo, restringe sua margem de manobra fazendo compromissos internacionais vinculativos.
Podemos culpar os países em desenvolvimento por temerem que os critérios ecológicos servem apenas para mantê-los fora dos mercados do mundo industrializado?
Seu medo é compreensível. O caso do protecionismo verde, que a preocupação ambiental é apenas uma desculpa, não existem. A Suíça deve tomar cuidado para manter a credibilidade e nunca abusar da proteção ecológica. Dissemos abertamente que nós trabalhamos muito na área de produtos químicos, pois a indústria química ocupa um lugar importante na Suíça.Mas nós nunca temos favorecido a adoção de medidas para proteger esta indústria. Sendo um país pequeno, não podemos impor nossas opiniões sem qualquer respeito. Durante as negociações, portanto, nós nos esforçamos sempre para ouvir atentamente os nossos stakeholders, para explorar as aberturas potenciais e soluções ambiciosas, sempre que possível.
O contexto atual - crise mundial da dívida e crise econômica na Europa e nos Estados Unidos - Rio+20 não se coloca sob uma estrela da sorte.
O ambiente atual é certamente desfavorável. A cada conferência, muitos países esperam para efetuar um apoio financeiro adicional. E é verdade que a mudança fundamental exige um investimento inicial. Embora a austeridade atual não seja favorável, também pode representar uma oportunidade: não podendo libertar-se das suas obrigações através da implementação de um tráfego de indulgências, os países industrializados procuram soluções não necessariamente envolvendo grandes somas.
Algumas idéias, como a apresentação de um imposto internacional sobre emissões de CO, porém, parecem pouco oportunas agora.
A realização do ambicioso de sempre desperta muito entusiasmo. No entanto, alguns instrumentos são já bem estabelecidos. Para cada litro de óleo transportado por mar, um montante é pago em um Fundo Internacional para Compensação pela Poluição por Hidrocarbonetos. Quando um acidente envolve um navio-tanque, esse dinheiro é usado para compensar as vítimas e para apoiar o trabalho de restauração.
Não faria sentido começar com pelo menos a eliminação dos subsídios que incentivam a poluição ambiental?
Sim, é hora de começar. É difícil imaginar o dinheiro virando fumaça porque as autoridades criam sistemas perversos para subsidiarem a gasolina e outros combustíveis fósseis!
Por que é tão difícil eliminar esses subsídios?
O Estado deve garantir o acesso à mesma energia para os grupos mais pobres da população. Para que isso ocorra,  no entanto, existem meios muito mais eficazes que o princípio do regador. Os países em desenvolvimento, como África do Sul, tem provado amplamente.
O que diz sobre a Suíça?
Os preços de bens e serviços incorporam nem todos os custos ambientais, também temos os nossos subsídios perversos. No entanto, Eles saltam menos aos olhos.
Com o roteiro que falamos, a Suíça também tem a intenção de propor uma espécie de caixa de ferramentas no Rio de Janeiro. A Agenda 21, adotada em 1992, já era um conjunto de ferramentas práticas. Será que realmente existe algo novo?
Agenda 21 realmente conservou uma atualidade surpreendente e os seus instrumentos, nem de longe, foram todos aplicados com eficácia. Muitos deles, no entanto, não eram muito manobráveis. Nós preparamos algo muito mais concreto, com instruções detalhadas.
Nós ainda sentimos que este debate já ocorreu no passado. Será que realmente precisamos desses grandes conferências? Não é só palavrório desnecessário?
Em algumas culturas, o palavrório é um instrumento essencial da tomada de decisão. As grandes conferências não foram destinadas exclusivamente para produzir discussões intermináveis. Para mim, eles têm sobretudo o mérito de tratar questões não resolvidas no mais alto nível. Sua função é recordar a opinião pública mundial que tem um papel a desempenhar e aumenta as expectativas, bem como de pressão política. Não se esqueça que as grandes conferências no passado conduziram a resultados concretos (ver caixa abaixo).
Nos últimos anos, conferências internacionais, muitas vezes resultaram mais em decepção e frustração que a esperança e entusiasmo ... Por quê?
Uma escalada de conferências não é produtivo: o efeito catalítico desvanece e a rotina, o tédio se instalam pouco a pouco. Quanto ao desfecho de um processo político, as cimeiras mundiais, no entanto, são capazes de gerar um progresso notável. Mas não espere resultados rápidos. Após um determinado período, a avaliação é muitas vezes positiva. Hoje, todo mundo acredita por exemplo que a primeira Cúpula da Terra Rio foi um grande sucesso.Após a conferência, em junho de 1992, muitos meios e organizações ambientais, no entanto, falaram da oportunidade perdida. Às vezes leva tempo para que os resultados obtidos revelem o seu potencial.
No Rio, também vamos discutir o quadro institucional. O que está errado com isso?
O sucesso tornou-se uma fonte de dificuldade. Em muitas áreas, a comunidade internacional tem desenvolvido soluções individuais: a exportação de resíduos perigosos ou substâncias químicas nocivas ao meio ambiente é regulada, bem como a proteção da camada de ozônio.Tomados separadamente, cada um destes regulamentos constitui um sistema útil e eficaz. A proliferação desses acordos, na maioria das vezes não harmonizada, é problemática, porque a coerência e visão se confundem. Um ministro do Meio Ambiente que quer participar em todas as reuniões internacionais relevantes que acontecem estará durante todo o ano no exterior.
Como é que você remedia esta situação?
Precisamos de centros de competências necessárias para gerenciar grupos de temas. A Suíça conseguiu criar um centro deste tipo para produtos químicos e resíduos. As três secretarias de convenções estão localizadas em Genebra hoje e são executadas pela mesma pessoa. Diferentes grupos de indivíduos também devem ser reunidos em uma instituição central forte. Mas o United Nations Environment atualmente não é capaz de assumir esse papel. Pretendemos também desenvolver uma visão mais compartilhada e abrangente.
Que perspectiva o agrada mais quando você pensa no Rio?
Eu gosto das negociações que nos oferecem surpresas e reviravoltas. É sempre emocionante. É claro que é bom contar com uma delegação dinâmica e comprometida, reunindo especialistas de diferentes áreas e escritórios federais. Eu também gosto de sentir a estima que a Suíça inspira aos nossos interlocutores. Finalmente, após um período de intenso trabalho, fico ansioso para ir para casa e passar mais tempo com a família.
Entrevista feita por Oliver Graf

Quarenta anos e quatro conferências

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a ser realizada em breve no Rio de Janeiro, Brasil, é a quarta de sua espécie.
1972: Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, em Estocolmo. Este encontro marca o início da política internacional nesta área. Em 5 de junho, após a sua abertura, tornou-se também o Dia Internacional do meio ambiente. Na Declaração de Estocolmo, a comunidade de Estados, pela primeira vez reconhece a necessidade de cooperar além fronteiras para proteger o meio ambiente. O Programa das Nações Unidas(Pnuma) nasceu no mesmo ano.
Especialistas: magazine@bafu.admin.ch 
Última actualização em: 02/14/2012
Nota: Meu francês não é lá essas maravilhas, portanto, se comparar com o original e achar alguma barbaridade por gentileza me avise, ok? Obrigada!!!  

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O Fórum Econômico Mundial 2012 - reflexões de uma mera mortal.

     Na mídia nesse fim de janeiro, encontramos várias reportagens sobre o FórumEconômico Mundial que ocorre anualmente em Davos, município suíço. Muita gente não faz idéia do que esse evento significa. Para quem não sabe, a definição e a origem do evento pode ser encontrada na Wikipédia. O mais importante do encontro é que uma vez ao ano as 1000 maiores empresas do mundo se reúnem em prol “do compromisso com a melhoria do Estado do Mundo"como está definido em sua missão. Fórum que convida vários outros atores sociais como ONGs, governos e representantes da sociedade civil e faz escola com o evento: Jovens Líderes Globais. O tema do FEM-2012 foi: "Grande mudança: criação de novo modelo"
     O preocupante para nós meros mortais é que nesses eventos são decididos os rumos do mundo em longuíssimo prazo em termos econômicos e as questões sociais são relegadas à um segundo plano. As Empresas já estão cientes dos problemas estruturais globais e já estão se articulando para ações até 2030. Questionaram a inviabilidade do modelo capitalista vigente. A pergunta de um milhão de dólares é: “Como eles efetivamente mudarão de estratégia e conseguirão aperfeiçoar seus ganhos e manter suas posições de poder e influência?”. Nada que se relacione prioritariamente aos outros 99% da humanidade se não ocupar seu “devido” lugar na equação de ganhos desmedidos de seus “senhores” e subserviência cega e pacífica aos interesses deles, se formos por esse caminho. 
    A utopia é considerar que eles se importam realmente e que abririam mão de algo que não fosse revertido em benefício próprio. Só pesquisar os últimos relatórios que eles mesmos disponibilizam em seu site. 
    Essa articulação corporativa demonstra seu sucesso nos últimos vinte anos: Quem é rico se tornou muito mais rico e quem é pobre muito mais pobre. A criação do Fórum Social Mundial foi a resposta da parte menos poderosa, nós meros mortais, à esse encontro.
    Acompanhando alguns fóruns sociais e fóruns econômicos, é gritante a disparidade de articulação entre um e outro. Joanne Lipman em matéria na NewsWeek descreve como essa disparidade se reflete pelo globo na matéria: “Um conto de duas davoses” . Tudo bem, é uma visão norte-americana, podem afirmar alguns xenofóbicos de plantão, que pode não refletir com profundidade esse reflexo. Então eu sugiro que você leia a excelente análise de   Sudeshna Sen principal jornal de economia da Indía, o Economic Times. A Índia faz parte do BRICS é gente como a gente. Só discordo quando esse indiano diz que Davos está ultrapassado, o evento está na condição de hors-concours orbitando em esferas bem acima das expectativas e anseios dos 99% da humanidade.
    Sobre minha opinião, bem, fico com a versão do Depto Federal de Assuntos Estrangeiros da Suíça, que em dossiê online descreve todos os encontros para festas, chás e coquetéis ocorridos entre os associados (as cerca de 1000 empresas que contribuem com uma taxa anual básica de cerca de U$46.000 podendo atingir cerca de U$550.000,00 para quem quer uma maior participação nas iniciativas do fórum) e seus convidados: representantes governamentais e de entidades sociais parceiras. 
Confira: Federal Department of Foreign Affairs – Suíça. Uma grande oportunidade de expandir contatos ou a "network" para garantir benefícios futuros e manter as condições atuais, o status quo se preferirem, como qualquer ser humano civilizado. Não podemos esquecer: eles também são seres humanos.  Temos que respeitar seus "direitos"....
Encerro parodiando as palavras do Bardo(William Shakespeare), substituindo os sujeitos em questão por "ricos" e "pobres" para finalizar a ironia, em uma peça chamada o Mercador de Veneza onde um comerciante que sofria horrores por sua opção religiosa vê a oportunidade de vingança com um acordo comercial macabro: 
"E tudo, por quê? Por eu ser rico. Os ricos não têm olhos? Os ricos não têm mãos, órgãos, dimensões, sentidos, inclinações, paixões? Não ingerem os mesmos alimentos, não se ferem com as armas, não estão sujeitos às mesmas doenças, não se curam com os mesmos remédios, não se aquecem e refrescam com o mesmo verão e o mesmo inverno que aquecem e refrescam os pobres? Se nos espetardes, não sangramos? Se nos fizerdes cócegas, não rimos? Se nos derdes veneno, não morremos? E se nos ofenderdes, não devemos vingar-nos? Se em tudo o mais somos iguais a vós, teremos de ser iguais também a esse respeito."
   Pois é, como diz o discurso: somos todos iguais.....Graças à Deus, pelo menos o planeta não faz acepção de pessoas quando reage à nossa insanidade coletiva com mega catástrofes....ainda....por enquanto....querem nos fazer crer alguns....